AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 17 de abril de 2012

A VOZ

Esta segunda-feira, 16 de Abril, de acordo com o calendário das consciências, cumpriu-se o Dia Mundial da Voz. Ouviram-se vários especialistas e referiram-se várias iniciativas destinadas a chamar atenção para a questão e importância da voz e dos cuidados que merece.
Já no fim do dia e reparando em algumas omissões, aqui fica um contributo sobre a importância e a atenção que deveremos dar à voz.
Na verdade, existem milhares de pessoas cuja voz ninguém escuta, caso da voz de muitas minorias. Provavelmente nem voz têm. É certo que em algumas circunstância, por exemplo em campanhas eleitorais, fica bem escutá-los, de passagem é claro.
Parece-me importante que se atente na voz dos velhos, escuta-se pouco os velhos sós, que vivem isolados e que sobrevivem com pensões de miséria.
Continuo a achar que nem sempre damos a atenção que exige a voz dos miúdos. Existem muitos que, por mais alto que gritem, ninguém os escuta.
Sabemos das crianças maltratadas e de mulheres vítimas de violência cuja voz é quase sussurrante e inaudível.
É preciso ouvir a voz de centenas de milhar de desempregados, muitos deles sem acesso a subsídios de desemprego ou a outras formas de apoio que lhes sustentem, no mínimo, a dignidade.
Não parece ser suficientemente audível a voz de um mundo de jovens com dificuldades enormes para entrar no mercado de trabalho e que vêem comprometida a possibilidade de um projecto de vida.
Soa muito baixa a voz as pessoas, muitas pessoas, sem médico de família e em listas de espera intermináveis para a prestação de cuidados de saúde que cada vez se tornam mais caros e inacessíveis.
Também parece necessário dar atenção à vos dos injustiçados por um sistema de justiça caro, ineficaz, moroso e desigual.
De facto, parece indiscutível a necessidade de providenciar à voz, às vozes, a atenção e cuidados que merece, que merecem.

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