Dois telegramas sobre o despudor ético em que vivemos, que me parece uma das faces mais devastadoras e preocupantes da chamada crise.
Durante a realização das eleições na Madeira, ao que foi reportado e confirmado, alguns eleitores são transportados às secções de voto em veículos pertencentes a empresas regionais acompanhados de autarcas, presumivelmente conduzidas por funcionários dessa empresas, abastecidos com o orçamento dessas empresas, etc.
Interrogado sobre se o facto da Comissão Nacional de Eleições considerar a situação grave não o incomodava, o Dr. Alberto João Jardim no seu jeito boçal, inimputável, arrogante e impune, disse que achava absolutamente normal, sempre assim se fez e que não se preocupava nem um bocadinho com o entendimento da Comissão Nacional de Eleições. Não comento.
No CM de hoje abordava-se o percurso de vida que a política permitiu a alguns cidadãos conhecidos , tendo chegado à acção política com parcos rendimentos, conseguiram uma extraordinária ascensão profissional, excelentemente remunerada, certamente devida aos seus méritos curriculares, ainda que desconhecidos. Recordavam-se os casos de Pina Moura, Armando Vara ou Dias Loureiro que, naturalmente, são apenas exemplos. Não comento.
Neste cenário de despudor, não é possível ouvir referências a austeridade ou sacrifícios sem um sobressalto de revolta e indignação que um dia, provavelmente, os nossos tão proclamados brandos costumes não serão capazes de segurar.
Já o disse num outro comentário e vou agora repetir-me embora não goste nada.
ResponderEliminarOs políticos Portugueses não têm vergonha nenhuma: Alguns ( tenho tendência para minimizar) chegam como mendigos, comportam-se como ladrões, crêem-se uns senhores e saem com grandes fortunas.
São os espoliadores do povo!
Tenho grandes reservas quanto ao desaparecimento dos nossos brandos costumes. A história corrobora-me.
saudações