AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 24 de abril de 2011

AS BOAS DECISÕES POR MÁS RAZÕES. Será?

Ao longo do processo desencadeado pelo ME de criação de mega agrupamentos, muito vezes referia aqui no Atenta Inquietude a algumas questões que do meu ponto de vista a medida poderia implicar e envolver.
Em termos sintéticos, fui referindo que esta medida para além dos contornos economicistas serviria, por exemplo, a um mais fácil controlo político do sistema através da redução do número de direcções e da manutenção da excessiva centralização do ME com níveis de autonomia insuficientes para estabelecimentos e agrupamentos.
Num momento em que vários sistemas educativos, por exemplo nos EUA, recuam na utilização de escolas muito grandes devido às consequências negativas para o trabalho de alunos, professores e pais, o ME insistindo sentido contrário, procede ao encerramento de escolas e definição de estabelecimentos e agrupamentos enormes, com critérios muitas vezes de natureza administrativa, com a co-existência problemática de miúdos com idades muito diferentes e com recursos humanos insuficientes para uma correcta supervisão.
Neste quadro, a decisão hoje conhecida de suspensão do processo de constituição dos mega agrupamentos será uma boa notícia.
A questão é que tal suspensão pode significar a assumpção da necessidade de repensar a bondade das decisões ou, ao que parece, a intenção de as redefinir à luz da decisões de natureza económica emergentes da discussão dos termos do negócio em curso entre o estado português, o FMI, o FEEF e o BCE.
Se assim for, depois de um tempo em modo "pause" o processo seguirá em piores circunstâncias.

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