AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 6 de abril de 2011

AJUDE COM QUALQUER COISINHA

Era assim que quando eu era miúdo os "pobrezinhos" (sempre o diminutivo que alivia consciências) nos interpelavam depois de bater à porta. É assim que os "pobrezinhos" hoje se dirigem na rua a quem passa. É assim que os banqueiros hoje se dirigem a quem é dono do mundo, perdão, do dinheiro.
A situação entrou em estado desesperado. Parece finalmente estabelecer-se um consenso sobre a situação clínica do país.
A coisa está mesmo complicada, a banca que se tem mantido saudável e resistente aos famosos "testes de stress" já vem também dizer que é melhor recorrer aos especialistas em situações terminais, uma entidade com profundos conhecimentos em matéria recuperação e cuidados intensivos. Essa entidade, também conhecida por FMI, é sustentada e animada pela vontade de servir uma outra nebulosa e difusa entidade conhecida vulgarmente por "mercados" que, quando começam mesmo ficar aflitos, nervosos, irritados, desconfiados entre outras coisas, se agitam e solicitam as receitas que entendem como necessárias para recuperarem o seu bem-estar.
Se por acaso o bem-estar dos mercados coincide com o bem-estar das pessoas, bom, isso é uma minudência completamente irrelevante. Como é óbvio a economia mundial, ler os mercados, não se podem ater a pequenos problemas de natureza pessoal como a pobreza ou o desemprego. Como há semanas Ricardo Salgado, um representante dessa entidade, os mercados, afirmava, os mercados não têm moral. Claro, há muito que damos por isso.
Com o país à beira de entrar num estado terminal e esperando a tentativa de reanimação a cargo dos especialistas do FMI ou de outros funcionários dos mercados, não será por acaso que a imprensa noticia hoje que Portugal é um dos países da Europa com maior consumo de antibióticos. Pudera, estamos mesmo mal.

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