A Câmara de Lisboa vai desencadear em Abril uma campanha com o objectivo de promover a limpeza das ruas da cidade, designadamente no que respeita ao depósito inadequado do lixo e aos dejectos caninos. Como utilizador diário da cidade parece-me bem e creio que a campanha deveria ter âmbito nacional. Apenas se estranha a necessidade de uma campanha para nos dizer que talvez não fosse má ideia não sujar espaços que todos utilizamos.
Na verdade, isto anda tudo a precisar de alguma limpeza. O nosso ambiente anda assim um bocado para o poluído. Se bem atentarmos nos discursos e no seu nível, torna-se evidente a necessidade de uma operação de recuperação do asseio, um termo em desuso. O mais recente exemplo prende-se com a ideia expressa pelo ministro Jorge Lacão sobre a eventual redução do número de deputados na Assembleia da República e com o presidente do grupo parlamentar do PS veio logo afirmar a mais completa oposição à ideia. Entende-se é claro, boa parte da rapaziada que por lá anda a dizer que nos representa não sabe fazer mais nada, têm por profissão "aparelhista", ou seja, trabalham nos aparelho partidários. Muitos dos comportamentos a que assistimos em várias áreas da nossa vida são de uma obscenidade a carecer de limpeza.
O que acontece é que estando coisa pública basicamente nas mãos dos aparelhistas, vamos ter que ficar, já não é mau, com a tentativa de limpar Lisboa.
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