AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

COPY E PASTE

De há uns tempos para cá instalou-se na agenda a preocupação com o “Copy e Paste”, a cópia, o plágio, de textos em trabalhos escolares, nas mais das vezes através da consulta na net e recorrendo às ferramentas copy e paste. Esta preocupação afecta quem lida com alunos mais novos, básico e secundário, bem como com os alunos mais velhos, no ensino superior.
Devo dizer que me parece curiosa a inquietação com o que poderemos classificar de síndrome de “Copy e Paste”. Parece então que os miúdos ou adultos, não investigam, não produzem pensamentos, discursos ou textos originais limitando-se a copiar, tal e qual, o que encontram já feito, bem ou mal, disponível na net sobre a temática dos trabalhos solicitados. Para além do atropelo à ética, esbate-se a aprendizagem, quem se limita a copiar baixa significativamente a probabilidade de ficar a saber. Concordo genericamente com este entendimento.
O que de facto acho curioso, é que a condenação do “Copy e Paste” é feita paralelamente à intolerância à diferença, à divergência, à criatividade. De facto, vivemos numa era de normalização, vivemos sob uma fortíssima pressão para a semelhança. As reacções ao que é diferente extremam-se, quer nos comportamentos individuais, quer nos discursos sociais ou institucionais. Temos exemplos fortíssimos na forma como são percebidas e entendidas as minorias, culturais, sociais, religiosas ou de qualquer outra natureza.
A pressão educativa é no sentido de se ser igual, não de se ser diferente. Copia-se, imita-se, ficamos iguais, normalizados e, espera-se, felizes.
O “Copy e Paste” é, assim, apenas uma ferramenta de normalização, não percebo de que se queixam muitas das pessoas que oiço.

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