Das janelas da 5 de Outubro saiu finalmente fumo branco, “Habemus Acordo”. Quando se estabelece um acordo entende-se por definição e natureza que as partes envolvidas se sentem satisfeitas, daí o acordo. È bom que se tenha conseguido esse entendimento e que o clima das escolas se aquiete.
No entanto, penso que seria bom reflectir em todo o processo que aqui nos trouxe. Foram quatro anos de guerra, de inflexibilidade e de arrogância na defesa de um estatuto de carreira e de um modelo de avaliação que continham dispositivos que, mais do que incompetentes e discutíveis, eram absolutamente indefensáveis, a divisão entre professores titulares e outros é o paradigma dessa insustentabilidade. Este tempo criou danos na escola, no trabalho desenvolvido, cujo impacto é difícil de avaliar mas é certamente reconhecido.
O que não se entende é que se trata de um Governo com a mesma liderança, basicamente com o mesmo programa, que emergiu do mesmo partido e que depois de uma guerra de anos é capaz de um acordo aceitando, implicitamente, o erro de posições e ideias anteriores.
Não é grave mudar de ideias e de entendimentos sobre qualquer matéria, antes pelo contrário, é sinal de inteligência, o que é grave, é permitir e sustentar algo de obviamente errado, condenado à mudança por arrogância e incompetência. E a responsabilidade não é exclusivamente da anterior Ministra.
Que o ano seja Novo e Bom.
Mudar de opinião é sinónimo de inteligência e de maturidade democrática. Será que é desta? Será que é nesta década que vamos revolucionar a nossa cultura? Era urgente uma apaziguação no ensino, pois com professores desmotivados não se ia a lado nenhum! A educação é um dos pilares fulcrais duma sociedade democrática. Espero por mais sinais positivos do Governo, pois o exemplo tem que vir cima!
ResponderEliminar"E a responsabilidade não é exclusivamente da anterior Ministra."
ResponderEliminarSabe ao ler esta frase, deu-me "espécie" de colocar aqui esta imagem:
http://wehavekaosinthegarden.files.wordpress.com/2009/05/mario-nogueira-eleicoes-do-spgl.jpg
É que enquanto vejo com satisfação acordos a serem feitos, a educação a tomar um rumo (já nem digo o rumo certo, não que o saiba, mas ao menos UM rumo, ao invés da perpétua rotunda de disparates avulso), inquieta-me as futuras batalhas da educação perpetuadas por D. Quixotes que vêem gigantes em moinhos e são idolatrados como heróis no meio do seu delírio embora tenham privado de farinha alguns desgraçados.
Mas D. Quixote sabe que se não actuar como um demente, alguém lhe vem tirar o cavalo. Ou o tacho. A ciência equestre não é a minha área.
Por isso não vai tardar muito até que se assistam a reuniões que apenas deitam fumo preto durante meses e meses.
Sem dúvida... Agora vem o pior. Que modelo de avaliação? Que critérios o vão determinar? Enfim... Teremos de estar atentos porque Os Alunos Não São Tijolos!
ResponderEliminare os professores não fazem milagres. Se queremos avaliar pelos resultados, os professores com os melhores resultados têm que aceitar ir leccionar para as escolas dos últimos lugares do Ranking, e, nas outras, assumir as turmas com piores classificações e fazer dos seus alunos "campeões!". Enquanto isto não acontecer, recusamos-nos a aceitar uma avaliação que tem em linha de conta não o progresso dos alunos mas o nível alcançado pelos mesmos. Assim, de nada servirá a um professor conseguir fazer os alunos subirem a média de 10 ou 11 (ou até menos!) para 14 valores se o outro professor (o tal excepcional e que terá garantido o Excelente neste critério!"), recebe uma turma de alunos com média de 18 valores acabar o ano sem que eles passem além de 15 ou 16 valores. Quem é o melhor professor? Pelos critérios dos resultados, será obviamente o professor dos alunos que desceram de rendimento. Porque estamos em TOTAL DESACORDO com este critério, Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! . Visite-nos!