AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AOS PAPÉIS

Um dia destes alguém contava que o grupo completamente amador onde faz teatro por gosto e entretenimento se encontrava envolvido numa acesa discussão porque alguns elementos não estariam satisfeitos com a distribuição de papéis realizada pelo encenador. Achavam que os papéis atribuídos não eram importantes, eram secundários, com poucas deixas, ou sejam, apareciam pouco. Não será de estranhar a situação, de uma forma geral todos gostamos de desempenhar papéis importantes, até mesmo os principais. Como é natural há sempre muita gente que não fica satisfeita com o papel que lhe cabe. Tudo isto é normal nas diferentes encenações.
No entanto, para além da distribuição dos papéis com intervenção e sabemos que nem sempre os critérios têm a ver com a qualidade dos actores, há uma imensidão de gente que não passa de figurantes e outra imensidão ainda que nem sequer entra nas peças, são os excluídos, não passam em nenhum casting.
A esmagadora maioria destas pessoas já nem consegue ter voz para protestar com os papéis.
Talvez vá chegando o tempo de aqueles que têm alguma capacidade de influenciar a distribuição de papéis entenderem que toda a gente precisa de um papel, uma voz e um corpo, não tem de ser a glória, trata-se apenas de participar, existir.

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