O DN noticia hoje que na Escola Dr. Azevedo Neves, na Damaia, a Direcção deu instruções, confirmadas por alguns professores, para que se constituíssem turmas de nível, bons alunos, médios e maus. Nada de novo, continua a proceder-se em muitas escolas à constituição de turmas “boas” e “más” com diferentes critérios, rendimento escolar, comportamento, filiação (por exemplo, colocação dos filhos de docentes e funcionários em determinadas turmas), etc. Tal procedimento, não sustentado em termos normativos, decorre da cultura e tradição instaladas em algumas escolas e, embora “criticada” nos discursos, é tolerada na prática.
Em primeiro lugar, assenta num enorme equívoco a busca da homogeneidade, não existem grupos humanos homogéneos em termos globais, ou seja, um grupo só de rapazes será homogéneo no critério género mas continua, obviamente, a ser um grupo extremamente heterogéneo. Na actual sociedade, a característica mais presente em qualquer sala de aula é a diversidade entre os alunos, diversidade que é impossível esbater ou combater, antes pelo contrário, tem que ser potenciada. Em segundo lugar, não existe nenhuma evidência de que os maus alunos juntos ficarão melhores. Se se perguntar às escolas quais os resultados escolares das turmas de repetentes, verifica-se que os resultados continuam maus. A justificação de que tendo os maus juntos se torna mais fácil apoiá-los é um argumento de natureza logística, não assenta na defesa dos alunos porque a eficácia não aumenta. São também reconhecidos os potenciais efeitos negativos de manter juntos os piores alunos em termos de desenvolvimento pessoal e de projecto de vida.
A verdadeira questão é a organização e qualidade dos dispositivos de apoio às dificuldades dos alunos, a existência de recursos humanos qualificados para tal tarefa, o número de alunos por turma (em algumas escolas) e mudanças na cultura de muitas escolas (para além da constituição de turmas de nível, por vezes, os professores menos experientes “levam” com as turmas dos “índios”).
O povo costuma dizer, “junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior do que eles”.
Em primeiro lugar, assenta num enorme equívoco a busca da homogeneidade, não existem grupos humanos homogéneos em termos globais, ou seja, um grupo só de rapazes será homogéneo no critério género mas continua, obviamente, a ser um grupo extremamente heterogéneo. Na actual sociedade, a característica mais presente em qualquer sala de aula é a diversidade entre os alunos, diversidade que é impossível esbater ou combater, antes pelo contrário, tem que ser potenciada. Em segundo lugar, não existe nenhuma evidência de que os maus alunos juntos ficarão melhores. Se se perguntar às escolas quais os resultados escolares das turmas de repetentes, verifica-se que os resultados continuam maus. A justificação de que tendo os maus juntos se torna mais fácil apoiá-los é um argumento de natureza logística, não assenta na defesa dos alunos porque a eficácia não aumenta. São também reconhecidos os potenciais efeitos negativos de manter juntos os piores alunos em termos de desenvolvimento pessoal e de projecto de vida.
A verdadeira questão é a organização e qualidade dos dispositivos de apoio às dificuldades dos alunos, a existência de recursos humanos qualificados para tal tarefa, o número de alunos por turma (em algumas escolas) e mudanças na cultura de muitas escolas (para além da constituição de turmas de nível, por vezes, os professores menos experientes “levam” com as turmas dos “índios”).
O povo costuma dizer, “junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior do que eles”.
Por este andar, a espécie humana continuará a sua caminhada para extinção. Quando só sobrar o "melhor" ser humano de todos, este irá morrer de velhice sem parceiro para procriar.
ResponderEliminarSabendo que a opinião nunca vale um chavo, tenho que dizer que acho que a questão é mais abrangente e tem, necessariamente, de englobar as condicionantes a que 'a escola' está sujeita... Porque não é só de transmitir conteúdos que se trata! E o professor (já se escreveu isto com maiúscula) é hoje um desgraçado-que-vive-na-corda-bamba... E se for novo é ainda um desgraçado-na-corda-bamba-que-leva-com-as-turmas-dos-índios-e-tem-que-se-sentir-grato-por-isso!
ResponderEliminarE por isso, o pai diz para o filho: "queres ser feliz, ou insistes em ser professor?"
Um abraço