Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades, dizia Camões. Quando era miúdo, na minha terra, como em todas as terras, havia vizinhos, às vezes mais da família que a família. Estas relações de vizinhança eram a base da vida da comunidade. Ajudavam nos problemas, partilhavam as alegrias, faziam companhia na solidão. Muitas vezes, nem lhes chamávamos pelos seus nomes, eram só vizinhos e vizinhas. Eram tudo.
Hoje, as pessoas vivem mais juntas mas mais sós, o vizinho é apenas o tipo do andar de cima que troca um envergonhado bom-dia no elevador. Continuo a não o chamar pelo nome, nem sequer sei qual é, mas também não é o vizinho, é apenas o tipo do andar de cima.
Hoje, as pessoas vivem mais juntas mas mais sós, o vizinho é apenas o tipo do andar de cima que troca um envergonhado bom-dia no elevador. Continuo a não o chamar pelo nome, nem sequer sei qual é, mas também não é o vizinho, é apenas o tipo do andar de cima.
Tantas recordações boas da minha infância...quantos vizinhos, quase familiares, os meus avós do coração... na rua da Palma, onde nasci. Já partiram quase todos, mas a Saudade, essa, permanece, principalmente da minha querida avó paterna, Mariana, de quem herdei o nome. Avó, tantas coisas que ficaram por dizer...
ResponderEliminarMariana Emídio
Inevitável verdade deste mundo fechado em si próprio!Na aldeia e nestas cidades pequenas, ainda não sentimos tanto esse afastamento de que fala.Mas ,vivendo num condomínio, já se nota que o "vizinho"não é mais aquele de antigamente.É pena, porque o ser humano é um animal social, como afirmava Rousseau...
ResponderEliminarAbraço de lusibero