Ontem não tive oportunidade de colocar umas brevíssimas notas sobre a entrevista de Ana Maria Bettencourt, a nova Presidente do Conselho Nacional de Educação. O CNE é um órgão consultivo do Governo para as políticas educativas. Poderia ter uma função institucional importante dada a sua constituição e competências, se os governos consultassem. O problema é que o actual Governo, na sua arrogante omnisciência e infalibilidade não consulta, ou melhor, consulta apenas quem, antecipadamente, sabe que terá exactamente o mesmo pensamento que o seu. Lembro que o CNE presidido por Júlio Pedrosa divulgou alguns pareceres e produziu iniciativas de excelente mérito mas sem acolhimento na PEC – Política Educativa em Curso.
Quanto a Ana Maria Bettencourt, gostei do sublinhar da importância da qualidade na educação portuguesa, não gostei da cedência ao populismo ao afirmar que alunos e professores precisam de trabalhar mais, os alunos portugueses passam horas excessivas na escola, não precisam de trabalhar mais, precisam de trabalhar melhor. O trabalho diário dos professores pode ser optimizado, claro que pode, mas o problema não é, obviamente, pouco trabalho dos professores, é, outra vez, melhor trabalho, melhores apoios e melhores recursos. Os problemas dos resultados escolares baixos não se resolvem com mais “chumbos”, resolvem-se, insisto, com melhor trabalho e melhores dispositivos de apoio.
Finalmente, não entendo a insistência ao longo da entrevista na citação do sistema finlandês. O PS, origem de Ana Bettencourt, claro, parece ter uma relação fetichista com a Finlândia. Portugal e as suas comunidades escolares têm particularidades e especificidades contextuais que não autorizam comparações, independentemente do que de excelente qualidade se possa fazer nas escolas finlandesas.
Esperemos para ver.
Quanto a Ana Maria Bettencourt, gostei do sublinhar da importância da qualidade na educação portuguesa, não gostei da cedência ao populismo ao afirmar que alunos e professores precisam de trabalhar mais, os alunos portugueses passam horas excessivas na escola, não precisam de trabalhar mais, precisam de trabalhar melhor. O trabalho diário dos professores pode ser optimizado, claro que pode, mas o problema não é, obviamente, pouco trabalho dos professores, é, outra vez, melhor trabalho, melhores apoios e melhores recursos. Os problemas dos resultados escolares baixos não se resolvem com mais “chumbos”, resolvem-se, insisto, com melhor trabalho e melhores dispositivos de apoio.
Finalmente, não entendo a insistência ao longo da entrevista na citação do sistema finlandês. O PS, origem de Ana Bettencourt, claro, parece ter uma relação fetichista com a Finlândia. Portugal e as suas comunidades escolares têm particularidades e especificidades contextuais que não autorizam comparações, independentemente do que de excelente qualidade se possa fazer nas escolas finlandesas.
Esperemos para ver.
Mas eles ainda não perceberam nada do ensino ,em Portugal, ZÉ...E espero bem que já não vão a tempo, para ver se é possível remediar alguns dos desastres que essa trupe toda tem cometido...
ResponderEliminarAbraço de lusibero
Esta temática é transversal em todo o ensino. Também na adequação do Bolonha a Portugal, já ouvi alguns professores fazerem comparações com a Alemanha. Esquecem-se que também somos seres culturais e nem sempre podemos importar modelos de uma forma "clean", ou seja, sem pensar nas especificidades de cada sociedade.Penso que podemos conservar as linhas mestras, adequando às necessidades, de forma a optimizar os recursos e a aprendizagem em si.Quantidade NÃO É Qualidade!
ResponderEliminarLembra-me aquela "anedota" das escolas alentejanas com sítios próprios para guardar os esquis...
Mas a minha maior estupefacção é em relação à admiração que alguns colocam na cara quando ouvem uma observação como esta que aqui estou a colocar...e refiro-me aos professores do ensino superior!!!Enfim, se calhar são especificidades deles próprios...
Abraço
Ana