Já aqui escrevi em tempos, que a forma como o modelo de avaliação dos professores definido pelo ME ao ser objecto de sucessivas simplificações, foi estabelecendo gradualmente uma posição insustentável para a Ministra por duas ordens de razões. Em primeiro lugar, porque com sucessivas simplificações, o que fica tem pouco a ver com a posição inicial do ME que entendia a bondade indiscutível do modelo, ou seja, acaba por, cada vez que mexe, dar razão às críticas que se foram ouvindo. Por outro lado a intransigência de não aceitar pura e simplesmente mudar, não para o substituir por aquela incrível e desprestigiante proposta da auto-avaliação entretanto defendida pela Plataforma Sindical, em vez de configurar firmeza e rumo, mostra teimosia e incompetência pois o que está neste momento em cima da mesa é algo que me parece inaceitável. Só para exemplificar, atente-se no facto de, sendo a actividade de ensino o núcleo da acção docente, só se o professor se quiser candidatar à nota máxima é que terá a componente pedagógica avaliada. Isto faz sentido? Os bons professores, a maioria da classe, são bons professores pelo trabalho que fazem nas salas de aula com os nossos filhos. Como é que se pode ainda falar de avaliação de professores se este trabalho em sala de aula, razão que certamente levou a quase totalidade dos professores a quererem ser professores, deixa de estar contemplado obrigatoriamente na avaliação de desempenho?
Esta simplificação de hoje é apenas mais um passo num trajecto que, de tão enviesado e feio, apenas contribui para que a qualidade na educação de que todos falam seja, continue a ser, uma esperança adiada. Os alunos não agradecem.
Esta simplificação de hoje é apenas mais um passo num trajecto que, de tão enviesado e feio, apenas contribui para que a qualidade na educação de que todos falam seja, continue a ser, uma esperança adiada. Os alunos não agradecem.
Inteiramente de acordo: o modelo perfeito está escaqueirado e o que se está a fazer é muito pior que o modelo inicial...
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