AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 19 de outubro de 2008

TRABALHO DE CASA, APANHAR FOLHAS NO PARQUE

Resolvi, para já, não utilizar as notícias como pretexto da nossa conversa. Corria o sério risco de, como é hábito, não termos assuntos muito agradáveis. Achei por bem falar-vos de uma cena que me deixou bem-disposto. Geralmente, o meu Domingo de manhã inclui uma corrida. Os locais variam, mas utilizo com frequência uma área, o Parque da Paz, com cerca de 60 hectares e um espaço notável de verde e de descanso, um dos bons equipamentos que existem nesta zona do deserto, Almada. A minha velocidade a correr é tão “grande” que me permite ir observando. Hoje comecei a notar um número pouco habitual, lamentavelmente, de pais com gente pequena, quatro ou cinco anos, pela mão. Em seguida, reparei que, mais estranho, todos andavam com caixas de cartão. Um mais cuidado olhar deu para perceber que os pais andavam com os putos a apanhar folhas pelo parque. Fiquei contente.
Primeiro, porque eram menos umas dezenas de pais e filhos que estariam no Centro Comercial, que, sendo útil, não é o melhor dos equipamentos de tempos livres para gente pequena. Segundo, presumo que não foi coincidência, um grupo de pessoas ter resolvido vir para o parque apanhar folhas, ou seja, provavelmente, aqueles miúdos deveriam ter como tarefa levar as folhas para a escola e estavam a contar com a empenhada colaboração dos mais velhos. Na minha opinião trata-se de um excelente exemplo de trabalho de casa. Bem mais interessante e positivo do que, como mais frequentemente acontece, esperar que os pais sejam professores e ensinem aos filhos, em casa, aquilo que eles na escola andam, também, a aprender.
Finalmente, fiquei bem-disposto, também, porque nesta altura do ano as folhas das árvores estão com uma cor tão bonita que aquela gente também ficou mais bonita a apanhar folhas. E o Parque lá continuou, da Paz.

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