Era uma vez um homem, chamava-se Indeciso. Era a pessoa que vivia com mais dúvidas, ou com menos certezas, como quiserem. Tudo começou em pequeno. Sempre havia alguém por perto que decidia pelo Indeciso. De início parecia-lhe bem, ter sempre quem dissesse como deveria viver. Em adolescente, ainda tentou começar a decidir, mas já não foi capaz e, a partir daí, resignou-se. As expressões mais utilizadas por si eram “não sei bem”, “não tenho a certeza”, “que devo fazer?”, etc. O Indeciso cresceu então como alguém decidiu que ele devia crescer. O Indeciso trabalhou naquilo que alguém decidiu que ele devia trabalhar. O Indeciso arranjou a família que alguém decidiu que devia arranjar. Assim corria a sua vida, até que uma manhã, depois de uma noite de dúvidas, desta vez em frente ao espelho, o Indeciso, por uma vez, uma única vez, decidiu-se.
Os que o conheciam comentaram, “quem diria, o Indeciso”.
Os que o conheciam comentaram, “quem diria, o Indeciso”.
Cada um é dono da sua própria morte, e a única coisa podemos fazer, chegada a hora, é tentar encontrar e compreender as razões e exaltar (sempre) o seu bom comportamento em vida.
ResponderEliminarSaudações