Tinha decidido que não voltaria a este assunto neste espaço, mas não pode deixar de ser. Refiro-me à política de apoio educativo para crianças com necessidades educativas especiais. Em mais uma ignorante e despudorada intervenção, o Dr. Lemos vem afirmar que, de acordo com um relatório da responsabilidade do comissário Capucha, estão apoiadas 49 877 crianças, das quais 27000, estão erradamente consideradas como tendo necessidades permanentes, as mais graves. Com a teimosa e ignorante utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade para eleger as crianças que terão apoio, o Dr. Lemos, de forma delinquente, para além de considerar que estando aqueles 27 000 mal classificados, não deveriam ter apoio, ainda continua a negar a existência de miúdos que, precisando de apoio, não passam na malha da CIF e, portanto, ficam abandonados à boa vontade das escolas que, no seu conjunto, ainda lidam com 11% de insucesso escolar no Ensino Básico. Sabendo-se também que, no mínimo, as taxas de prevalência internacionalmente aceites para necessidades educativas especiais são sempre acima de 10%, afirmando o Dr. Lemos que estão em apoio 3.9 %, é de perguntar onde estão e o que está a acontecer aos outros 6%. O Dr. Lemos, num exercício de negação da realidade, sustenta que não existem alunos com dificuldades de aprendizagem que fiquem sem apoio e até, ignorância absoluta, explica no DN que, para os problemas de aprendizagem existem respostas como “currículos alternativos, cursos de educação formação ou territórios educativos de intervenção prioritária”. Para dificuldades de aprendizagem, currículos alternativos? Cursos de educação formação?
A Fenprof denuncia hoje esta situação afirmando a disponibilidade de queixa à UNESCO e refere a posição da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria contrária à utilização da CIF.
O discurso deste homem, o Dr. Lemos, começa cada vez mais a ser um caso de polícia e não um problema de política educativa.
A Fenprof denuncia hoje esta situação afirmando a disponibilidade de queixa à UNESCO e refere a posição da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria contrária à utilização da CIF.
O discurso deste homem, o Dr. Lemos, começa cada vez mais a ser um caso de polícia e não um problema de política educativa.
Mas não há nas Escolas mais ninguém para apoiar alunos?
ResponderEliminarA situação está dificil... Os miudos parecem que são indesejados... Poucos aceitam um CIFado, dá muito trabalho e custa muito dinheiro...
ResponderEliminarOs outros, ou têm uma boa rede de suporte, com professores, pais e psis a envolverem toda a comunidade de forma a melhorar dispositivos, ou então... passam a ter necessidade educativas especiais de caracter permanente.
Isto não se entendem...
Po~em vassoureiros a tratar de coisas importante e é o que dá...
Como mãe e encarregada de educação sinalizei o meu educando à luz da actual legislação. Cansada de esperar que os sucessivos conselhos de turma por onde o meu filho passou lhe dessem a atenção devida e o "olhassem" como um aluno em dificuldades.
ResponderEliminarFoi diagnosticada, tardiamente, uma lesão permanente no cérebro. Sempre pus os Directores de Turma do meu filho a par das suas dificuldades e pedi ajuda, para o poder ajudar. Nada disto resultou. Confiei que agora era de vez, pois quem tinha de iniciar o processo era eu, enquanto encarregada de educação. Rápidamente me desenganei ao ver os instrumentos de recolha de informação e de classificação a que o meu educando foi sujeito. Continua a não estar abrangido por coisíssima nenhuma, para além da boa vontade dos professores, que se assim o entenderem poderão dar-lhe mais tempo para realizar os testes, tarefas ou outros, mas que não conseguem resolver os problemas de falta de memória, dificuldade de concentração,entre outos que existem, são reais e estão diagnosticados. Nem o "velhinho" 319 nem o actual têm ajudado em nada. Não é considerado aluno com necessidades educativas especiais apesar delas existirem e o acompanharem ao longo do seu já longo percurso e acidentado percurso escolar. Se o anterior sistema era mau este então é cruel e ainda mais injusto. Até quando durará esta "fantochada"? Será que não existem melhores soluções? Queremos um ensino público inclusivo, justo e humano! Chega de poupança à custa dos mais desfavorecidos!
Maria Correia
E também hoje assistimos a uma grande operação de propaganda a favor da CIF. Mas como se pode pensar que uma classificação vai salvar a situação? Mais uma vez é lamentável o desperdício. Mil e tantos profissionais reunidos para muito pouco. As perguntas ficam sem resposta, as escolas com poucos recursos e os profissionais entregues a si próprios a gerir necessidades e arbitrariedades.
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