De novo o insucesso escolar. Em 2005/2006 chumbaram 120 000 (sim 120 000) alunos no Ensino Básico, ou seja, 10% da população escolar deste nível. Como termo de comparação a média da OCDE é de 3% e na Finlândia, o país emblemático, a taxa é de .005% (sim, .005%). Mais do que nas razões pensemos nas soluções. O Secretário de Estado, Dr. Lemos, em entrevista ao Público sublinha a obrigação legal das escolas definirem planos de recuperação para os alunos que começam a experimentar dificuldades e afirma a existência de escolas que realizam bom trabalho e outras que nem por isso. Deixando de lado o papel que nesta matéria também desempenha a gestão, responsabilidade e avaliação das escolas e daí a urgência da reforma, o Dr. Lemos, num excelente exercício de retórica desconhecedora ou fingidora sobre o real, defende as escolas que resolvam. Ora as práticas das escolas, de muitas escolas, são parte do problema. Como podem então ser parte da solução? O Público esclarecer-nos-ia se verificasse o que em muitas escolas se entende por planos de recuperação. Ficaríamos esclarecidos e perceber-se-ia melhor os números do insucesso.
O Público foi ouvir um elemento da Embaixada da Finlândia sobre as eventuais razões para o seu baixíssimo insucesso que não parece explicável por razões genéticas ou climáticas. Referiu a senhora como bases do sucesso, “diagnóstico precoce de problemas e dispositivos de apoio a todos os alunos”, “orientação e aconselhamento a todos os alunos ao longo do ensino básico” assegurando “bem-estar físico, psicológico e social”. A diferença. Em Portugal, frequentemente, não se procede ao “diagnóstico de dificuldades”, estabelece-se a impressão de que “se não aprende é porque não tem capacidades ou a família não funciona” pois não existem, na maioria das escolas, recursos qualificados para este diagnóstico e consequente intervenção. Daí os planos de recuperação serem muitas vezes um ineficaz enunciado de lugares comuns do tipo “deve ser assíduo” ou “deve fazer os trabalhos de casa”. Em Portugal, em 2006 e segundo a DGIDC existiam 519 serviços de psicologia e orientação no subsistema oficial. Este número significa 640 técnicos, um serviço por cada 26 escolas !!!, um técnico por cada 2317 alunos !!!. Elucidativo e animador, o apoio e orientação disponíveis para os alunos. Será parecido com a Finlândia? Esta matéria é da responsabilidade do Dr. Lemos, um fingidor.
O Público foi ouvir um elemento da Embaixada da Finlândia sobre as eventuais razões para o seu baixíssimo insucesso que não parece explicável por razões genéticas ou climáticas. Referiu a senhora como bases do sucesso, “diagnóstico precoce de problemas e dispositivos de apoio a todos os alunos”, “orientação e aconselhamento a todos os alunos ao longo do ensino básico” assegurando “bem-estar físico, psicológico e social”. A diferença. Em Portugal, frequentemente, não se procede ao “diagnóstico de dificuldades”, estabelece-se a impressão de que “se não aprende é porque não tem capacidades ou a família não funciona” pois não existem, na maioria das escolas, recursos qualificados para este diagnóstico e consequente intervenção. Daí os planos de recuperação serem muitas vezes um ineficaz enunciado de lugares comuns do tipo “deve ser assíduo” ou “deve fazer os trabalhos de casa”. Em Portugal, em 2006 e segundo a DGIDC existiam 519 serviços de psicologia e orientação no subsistema oficial. Este número significa 640 técnicos, um serviço por cada 26 escolas !!!, um técnico por cada 2317 alunos !!!. Elucidativo e animador, o apoio e orientação disponíveis para os alunos. Será parecido com a Finlândia? Esta matéria é da responsabilidade do Dr. Lemos, um fingidor.
Caro amigo:
ResponderEliminarEu acho que o Governo seja lá pelo que for descolou da realidade e já nem consegue ser fiel aos seus prórpios modelos. 120.000 chumbos? Chubem é esta equipa ministerial que faz o Sócrates parecer um modelo de humildade.
Um abraço!
David Rodrigues