Partiu Álvaro Laborinho Lúcio, um daqueles que, citando Camões, “por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”. Um Homem que nos pensava e fazia pensar, há poucos. Uma inspiração para todos com quem se cruzou.
Lembrei-me das diferentes
circunstâncias em que estive com Laborinho Lúcio, mais recentemente como membros do Conselho Consultivo da Associação AjudAjudar, e sempre me senti e sinto
grato por tais encontros associados ao universo das crianças, do seu
bem-estar e dos seus direitos.
Muitas vezes aqui escrevi a
necessidade de um Provedor da Criança, que já há muito João dos Santos, outra
enorme figura, defendia e que teria sido muito bem entregue a Laborinho Lúcio por
tudo o que realizou e defendeu em matéria de protecção das crianças. Um Homem
com um perfil ético, cívico e científico que promoveria o “supremo interesse da
criança”.
Já há alguns anos, num dos nossos “cruzamentos”, tive oportunidade de lhe dizer isso mesmo. Respondeu com a humildade e sensibilidade que se lhe reconhece. No entanto, todo o seu trajecto foi de certa forma uma Provedoria da Criança.
Deixem-me mais uma vez recordar
algo que lhe ouvi lá para trás no tempo, não mais esqueci e muitas vezes cito. Estávamos
os dois numa mesa de um encontro no Sardoal no âmbito da protecção de crianças
e jovens e Laborinho Lúcio, pedindo para que as muitas pessoas presentes no
auditório não reagissem logo no início da afirmação, afirmou “Só as crianças
adoptadas são felizes ... felizmente a maioria das crianças são adoptadas pelos
seus pais”.
Obrigado e até um dia, Álvaro
Laborinho Lúcio.
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