Ontem, nos Jogos Paralímpicos de Paris, Miguel Monteiro ganhou a medalha de ouro atleta português paralímpico, Cristina Gonçalves a medalha de ouro de Boccia BC2 e Diogo Cancela conseguiu a medalha de bronze em natação nos 200 m estilos SM8. Como é óbvio, este resultado merecia um destaque que, provavelmente, não terá.
Nada de novo. A vida de muitas
pessoas com deficiência é, na verdade, uma constante e infindável prova de
obstáculos, muitas vezes intransponíveis, que ampliam de forma inaceitável a
limitação na mobilidade e, ou, na funcionalidade em diferentes áreas que a sua
condição, só por si, possa implicar. Existem muitas áreas de dificuldades
colocadas às pessoas com deficiência, designadamente, acessibilidades, educação
e emprego em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes.
Reafirmo algo que recorrentemente
subscrevo, os níveis de desenvolvimento das comunidades também se aferem pela
forma como lidam com as minorias e as suas problemáticas.
Como disse, provavelmente o feito
desportivo destes atletas não terá o relevo que merecia. As primeiras páginas,
também no desporto, não são para estes indivíduos. Mesmo quando vencem, as
pessoas com deficiência não têm "glamour", não enchem estádios e não
fazem movimentar milhões, não são colunáveis, são apenas, simplesmente,
campeões, a sério.
Eu denomino esta gente de "verdadeiros campeões", no desporto e em vida.
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