Sim, estamos de férias, aliás, segundo o ME, este ano até as escolas podem encerrar uma semana. A questão é que as preocupações não vão de férias, só no mundo mágico em que alguma gente insiste em acreditar que vive.
No DN de hoje encontra-se uma peça em que pela voz de Filinto Lima, presidente da Associação
Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, se expressa uma enorme
e preocupação com as consequências que nas actividades em curso o Programa
Escola 21723+ destinado à recuperação das aprendizagens terá o corte dos
créditos horários dos professores que nele têm colaborado e se esperaria que
colaborassem no ano de prolongamento que foi decido.
Lê-se na peça do DN que o ME “justificou
a medida com o fim do programa de fundos comunitários”. É uma justificação
patética e que embaraça a inteligência e é um exemplo (mais um), da incompetência
que vai sustentando boa parte das políticas Recordo, que há dias O Tribunal de
Contas na auditoria ao Programa Escola 21/23+ considerou que “Existem
insuficiências na definição do Plano 21/23, como prioridades pouco claras,
insuficiente afectação de recursos, excessivo número de acções e inexistência
de metas e de indicadores para efeitos de monitorização e avaliação”.
Também no último relatório em
divulgado em Julho pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, se
afirmava que não se verifica uma alteração significativa no perfil e adesão ao
conjunto de medidas contidas no plano de recuperação das aprendizagens
continuando os Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário e Escola
a Ler como as medidas com maior actividade. É importante que também se afirmava
que ainda não era conhecida a avaliação relativa ao impacto das diferentes
medidas no desempenho dos alunos.
Não estando devidamente avaliado,
sobretudo no seu objectivo central, recuperação das aprendizagens dos alunos,
como pode decidir-se cortar numa das áreas críticas, os recursos, o tempo de trabalho
dos professores? É, no mínimo, insensatez e incompetência que dificilmente se
explicam.
Em condições normais, por assim
dizer; não se conhecendo os efeitos que justificam o Plano, o impacto nas
aprendizagens dos alunos seria de esperar que medidas a tomar decorressem dessa
avaliação.
Acontece que parece ter-se
instalado no Ministério, e de há muito, uma avaliação da realidade que não
corresponde … à realidade, mas ao que entendem ser a “sua” realidade.
Como refere Filinto Lima na
peça e contrariamente ao que também ouvimos do ME, antecipa-se um ano lectivo
muito complicado.
Será grave se tal assim
acontecer. Crianças e jovens, professores, técnicos pais, uma das cadeias nucleares
no futuro de um país não perdoarão.
Os diretores pertencem ao sistema, ladram mas não mordem.
ResponderEliminar"fazer omeletes sem ovos é difícil", não é difícil, é impossível, parvo.