A entrevista do Ministro da Educação ao Expresso que só hoje li é uma peça notável e não sendo surpreendente ainda causa alguma perplexidade.
Sim, reconhece-se alguns
sobressaltos durante o ano lectivo, mas sem grande significado.
Não existem dados sobre o
eventual impacto nos alunos do processo reivindicativo por parte dos professores, as
greves dos docentes não tiveram expressão e a instabilidade está associada a
uma “competição entre sindicatos". Muito bem.
A falta de professores ainda não
é um “problema estrutural” e será resolvido assim como a questão de algum
excesso de burocracia. Parece, aliás, que todos os eventuais problemas ou estão
resolvidos ou em vias de resolução. As provas de aferição em modo digital foram
também um sucesso e decorreram sem sobressaltos
Neste mundo tranquilo estranha-se
a necessidade de aumentar a segurança ao Ministro, mas é algo curioso e nunca se sabe o que pode acontecer mesmo quando tudo decorre normalmente.
Escapa-me qual o patamar a partir
do qual temos problemas sérios e com grande impacto no funcionamento da escola
e, portanto, no trabalho de alunos, professores e técnicos.
É verdade que o Ministro tem
alguma propensão para evidenciar uma visão mágica da realidade, ou seja, a
realidade é a projecção dos meus desejos. Mas não, não é.
O que se espera de um
responsável, não é a negação da realidade. Espera-se que promova a discussão,
as propostas, as decisões, as metodologias e recursos para que, de facto, se
resolvam ou minimizem os problemas.
Mais uma vez Senhor Ministro, a
primeira etapa para a resolução de um problema é reconhecer a sua existência,
não é negar ou desvalorizar, pode não ser fácil, pode não ser de resolução
imediata, mas é exigido um caminho que mobilize intervenientes e disponha de recursos.
O Senhor é o responsável. Ou não?
Devemos ter lido entrevistas diferentes. O José Morgado, como universitário, devia ser mais honesto intelectualmente. Cite as passagens onde o Ministro diz que não há problemas. Que vergonha. Quem é o seu dono agora?
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