No Público divulga-se a criação de uma petição pública que defende a limitação do uso dos telemóveis no recreio das escolas com base nos efeitos da sua utilização excessiva e inadequada por parte dos alunos.
A proibição de utilização dos telemóveis
já se verifica em alguns sistemas educativos. No entanto, ainda que se possam
compreender as razões que sustentam as proibições, o uso excessivo e
desregulado, as decisões de proibição não parecem ser consensuais.
Não tenho nenhuma convicção que
esta estratégia de proibição devolva crianças e adolescentes à interacção pessoal
e a outros hábitos comportamentais mais interessantes embora, obviamente, seja
imprescindível a regulação do seu uso. Aliás, também não é rara a utilização de telemóveis associada a actividades de aprendizagem.
A questão estará a montante, a
utilização que nós todos damos a estes dispositivos. Seria bastante mais
interessante que se discutisse a sério nas comunidades educativas a regulação
dos comportamentos e definição de regras e limites, sem “superpais”, sem
“superfilhos” ou “superprofessores”. No entanto, esta discussão tem de ser
acompanhada pela nossa, adultos e profissionais, regulação da sua utilização.
Se olharmos para muitas famílias em “convívio” ou para muitos contextos
profissionais em “reunião” verificaremos os ecrãs que muitos terão à sua frente
e perceberemos o que está por fazer, comportamento gera comportamento.
Apesar de bem-intencionada a
decisão de proibição talvez não seja a mais eficaz e, mais do que isso, poderá
levantar novos problemas, de conflitualidade por exemplo.
Tenho alguma curiosidade sobre a
adesão e o impacto que esta iniciativa terá.
ResponderEliminarPara contibruir para a reflexão: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ha-seis-anos-sem-telemoveis-alunos-de-lourosa-ja-se-esqueceram-dos-ecras-no-recreio?fbclid=IwAR3ebRczjvvPCS8-FzSKo8yu1vps91-jlTDlCfI5GhoQGkANGzn6mAfGUZI