AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 25 de março de 2023

DO FESTIVAL DA GRELHA

 Por aqui no Alentejo vive um dos primeiros dias de calor ainda manso, mas saboroso. Esperemos que não anuncie um tempo longo sem chuva.

Com o aproximar do Verão acentua-se o recurso a algo de grande consumo que, felizmente, não existe qualquer dificuldade em conseguir, as fontes são imensas. Refiro-me a grelhados, ao festival da grelha que acontece permanentemente  nas nossas comunidades.

Somos um país especialista na utilização da grelha e temos muitos mestres de feitura de grelhas, desde as mais simples que servem para grelhar pouca coisa, até às mais complexas que conseguem grelhar o que quer que seja.

Apesar de toda a gente se queixar do excesso de grelhados, do trabalho e do tempo que o uso das grelhas consome, a verdade é que por várias razões não conseguimos passar sem elas. Ao fim e ao cabo são muitos anos a assar, perdão a grelhar …

Como sempre, não haverá nada ou que não possa caber numa grelha, as grelhas acomodam tudo, são verdadeiramente inclusivas.

Algumas acomodam produtos universais e têm grande divulgação, outras são um pouco mais selectivas, grelham produtos mais particulares. Para que tudo possa ser grelhado ainda existem grelhas mais dirigidas a produtos adicionais, são de natureza mais específica e não cabem nas outras grelhas.

Os produtores de grelhas inovam diariamente, de forma criativa e desenvolvem uma azáfama sem fim e depois, bom depois é grelhar, grelhar, grelhar. Dos mais pequenos aos maiores todos têm de grelhar ou ser grelhados.

No entanto, em nome do bem-estar seria desejável que não exagerássemos no recurso aos grelhados até porque ... nunca se consegue grelhar tudo o que se acredita que deve ser grelhado, nem que se entende que deve ser grelhado.

Será que conseguimos?

 

PS – Se estas notas sugerirem a pressão “grelhadora” e a burocracia asfixiante a que habitualmente escolas e professores estão sujeitos não é coincidência.

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