AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 17 de abril de 2022

DO SUCESSO EDUCATIVO

 No Público aborda-se o Relatório da equipa de monitorização do Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar sobre os chamados Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário (PDPSC) desenvolvidos em 668 escolas e agrupamentos do pré-escolar ao ensino secundário, com um “total de 1316 medidas de intervenção socioeducativa” aprovadas pelo ME e com cerca de 300000 alunos envolvidos. Para além da questão do sucesso os planos consideraram  também os efeitos da pandemia na saúde mental e comportamento dos alunos.

Esta ideia de 1316 medidas de intervenção socioeducativa, aprovadas pelo ME, e desenvolvidas através de Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário integrados num Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar e desenvolvidos em 668 escolas e agrupamentos, causa-me algum desconforto, mas não estranheza.

As escolas e agrupamentos estão carregadas com uma imensidade de Projectos, Planos, Programas, Iniciativas, Experiências, etc., sempre em torno da promoção, recuperação, desenvolvimento, transição, capacitação, de algo. O universo é grande e criativo.

Como sempre, são relatadas boas práticas, bem-sucedidas e que certamente integrarão futuras orientações para futuras iniciativas. Ainda bem que assim é.

Por outro lado, há sempre um outro lado, os efeitos positivos não foram sentidos nos alunos com famílias mais carenciadas e com menor literacia. Verifica-se, por exemplo, uma forte ligação entre integrar o escalão A da Acção Social Escolar e os níveis de Insuficiência a Português, logo 1º ano. Também nas Comunidades Intermunicipais com maior percentagem de mães com escolaridade até ao 9º ano, o número alunos com níveis de Insuficiente a Português é “significativamente maior”.

É evidente que todas as comunidades envolvidas nesta teia sem fim de projectos, programas ou iniciativas, o fazem com o maior empenhamento e profissionalismo. A minha dúvida é se um modelo(s) desta natureza, será o caminho.  

Mais uma vez, estou a lembrar-me de Almada Negreiros na “Invenção do Dia Claro” “Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa - salvar a humanidade.”

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