AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 7 de março de 2022

O AUTOMÓVEL É UMA ARMA (ENTRE OUTRAS)

 Há uns dias, no âmbito de uma conversa sobre os comportamentos, sublinhava-se o comportamento que muitos condutores assumem ao volante.

Alguém referia a existência de um quadro, o "road rage", "raiva ao volante", que evocando variadíssimas razões, umas mais sofisticadas que outras, procura explicar o irresponsável e agressivo comportamento ao volante de algum pessoal. Aliás, não é rara a ideia de que "o automóvel é uma arma" que por vezes transforma pacatos cidadãos em perigosos delinquentes.

Não tenho nada a opor a esta conceptualização, mas creio que teremos de reflectir em alguns outros aspectos, o quadro de valores, a auto-regulação dos comportamentos, ou seja, a formação dos indivíduos, estou a falar de educação.

Se bem atentarmos, além da "road rage", também conhecemos a "school rage", a "street rage", a "night rage", a "work rage", a "home rage", etc. De facto, os tempos, por muitas razões, são tempos de raiva. Também são tempos em que, por causas diferentes, se instalou um sentimento de impunidade que favorece a desregulação dos comportamentos.

Como é obvio, os comportamentos inadequados e criminosos devem ser combatidos e punidos. No entanto, a forma mais eficaz de construção de valores e capacidade de auto-regulação de comportamentos e emoções é a educação, familiar e escolar. Assim sendo e como sempre digo, tenho a maior das dificuldades em entender os destratos que tantas vezes são dados à educação, aos seus agentes e aos miúdos.

O carro será apenas uma das armas que terão à mão, depois da própria mão, é claro.

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