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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

GUARDAS-NOCTURNOS, LEMBRAM-SE?

 Enquanto não temos notícias sobre a formação do novo Governo e se espera por melhores dias no que respeita à pandemia uma nota fora da agenda.

Um destes dias encontrei uma peça no JN envolvendo os guardas-nocturnos, um dispositivo de segurança que diferentes autarquias têm vindo a recuperar.

Esta referência aos guardas-nocturnos deixou-me por um tempinho a passear na memória. As memórias fazem muitas vezes companhia aos mais velhos.

Nos tempos actuais e considerando as questões de segurança não sei avaliar sobre a justificação da sua existência, mas acredito que pela proximidade pode ter um efeito positivo e óbvio na segurança e, muito importante, no sentimento de segurança sentido pelo cidadão. Por outro lado, também pode acontecer que seja de considerar a própria segurança dos guardas-nocturnos. Os tempos vão ásperos.

É nesta perspectiva que me lembrei de nos meus tempos de adolescente e jovem, mais de cinquenta anos lá para trás no tempo, e, por assim dizer, com uma vida nocturna alargada, quase todas as noites eu e a minha tribo nos cruzarmos com o guarda-nocturno da zona.

Mantínhamos uma cavaqueira que nos punha mais próximos e aliviava o tempo e que nos dava a sensação de que na rua andava alguém que conhecia as pessoas que lá moravam e que zelava por nós.

Algumas pessoas, sobretudo comerciantes, contribuíam com algo mais para o guarda-nocturno e essas tinham "vigilância privilegiada". O bairro sentia-se mais tranquilo, o Sr. Silva andava por lá, uma espécie de anjo da guarda fardado.

Como disse, mais do que saber o impacto objectivo da presença do guarda-nocturno no abaixamento da delinquência ou vandalismo, tenho a certeza que as pessoas vão sentir-se mais seguras se souberem que o Sr. Silva, enquanto dormimos, anda a olhar pela nossa rua, pelo nosso mundo.

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