AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

DOS MEDOS

 Uma das referências mais presentes nos discursos destes tempos tem sido o medo, o desconhecimento, a rapidez, os discursos falados e escritos, o impacto brutal na nossa vida, geraram uma enorme inquietação, medo. Agora que se começa a falar na reversão de algumas restrições … refere-se o medo, outra vez o medo.

No entanto, o medo, os medos, estão sempre presentes e no mundo em que me movo, a educação, os medos são objecto de questões frequentes, sobretudo em conversas com pais, mas também com os mais novos.

De uma forma geral e apesar das preocupações que sempre emergem, as falas dos pais dos gaiatos mais pequenos parecem um pouco mais serenas que as que oiço a pais de gente um pouco mais velha, adolescentes, por exemplo. Na verdade, por várias razões, os pais dos adolescentes, parecem, quase sempre, um pouco mais assustados, por assim dizer.

Por outro lado, muitos pais expressam forte inquietação com os medos que acham que os seus filhos revelam e, logo de seguida, dos muitos medos que eles próprios parecem sentir, seja pelos medos dos filhos, seja pelos seus próprios medos.

Costumo dizer que os que de nós, e somos muitos, lidamos com miúdos e o seu universo, quer como "amadores", quer como "profissionais, temos a responsabilidade de manter o optimismo necessário e suficiente para acreditar que somos capazes de com eles construir um mundo onde caibam os seus, nossos, projectos, apesar de saber, aprendi há muito, que muitos percorrerão uma estrada difícil, cheia de curvas e de riscos a que alguns, esperemos que poucos, terão grande dificuldade em sobreviver sem consequências sérias.

Apesar de nos dias de chumbo que vivemos também perceber muitos medos no que se ouve e lê vindo dos pais ou dos miúdos, continuo convicto de que chegaremos a um depois deste sonho mau e outros dias mais radiosos virão.

Vamos lá, tenho a certeza.

Por nós, pelos nossos filhos, pelos filhos dos nossos filhos …

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