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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

A LER, "UMA MÁQUINA DE MATAR PROFESSORES"

 Merece leitura e reflexão o testemunho de Ruy Ventura “Uma máquina de matar professores”. Trata-se uma peça sofrida e de uma leitura sobre o ser professor agora e sobre o que aqui nos trouxe, numa dimensão crítica das políticas de educação dos últimos anos. Num outro registo, mas também a ler é o texto de Marco Bento, “Quem quer ser professor? Eu não quero! Eu não quero!”.

Não me lembro de nos últimos anos a classe docente estar tão presente na agenda. Os seus problemas e as consequências a curto e médio prazo são agora mais conhecidos e reconhecidos, sendo recorrentes a referência à preocupante falta de professores, o envelhecimento da classe, os níveis de cansaço e de exaustão emocional, a menor atracção dos mais jovens pela profissão associada modelos de carreira e valorização pouco motivadores. Também é de registar que de uma forma geral continuam a merecer a confiança das comunidades.

Este quadro de um mal-estar reconhecido, não pode deixar de ter impacto, Como muitas vezes afirmo, crianças, enquanto grupo social, e professores, enquanto grupo profissional, constituem dois grupos nucleares nas sociedades contemporâneas. Os mais novos porque são o futuro e os professores porque, naturalmente, o preparam, tudo (quase) passa pela escola e pela educação. Hoje em dia e em Portugal, este entendimento ainda me parece mais justificado porque, devido a ajustamentos na organização social e familiar e, é minha convicção, devido a políticas públicas sociais e educativas inadequadas, os miúdos passam tempo excessivo na escola, alterando a dinâmica educativa familiar o que sobrevaloriza o papel da escola através dos professores.

Insisto no que muitas vezes aqui tenho escrito, a valorização social e profissional dos professores, a valorização das pessoas que são professores, das suas competências e das suas carreiras, são ferramentas imprescindíveis a um sistema educativo com mais qualidade. A valorização e reconhecimento passa também pela necessidade de modelos de avaliação justos e transparentes que sustentem, reconheçam e promovam competência e empenho.

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