AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 25 de julho de 2021

PARTIU OTELO SARAIVA DE CARVALHO

 Serão raras ou inexistentes as mudanças rápidas nas sociedades ou países que se tornem objecto de avaliações consensuais. Ainda menos provável será o consenso sobre protagonistas com relevo nessas mudanças.

Vem esta introdução a propósito da partida de Otelo Saraiva de Carvalho. Otelo nunca será uma figura consensual. Basta ler algumas das referências que hoje se espalham pela imprensa. Devo dizer que estranharia o contrário.

Pertenço a uma geração que já era adulta em 25 de Abril de 74 e conheceu bem o que era Portugal por esse tempo e o que representou para muita gente essa mudança e também a forma como decorreu.

Embora como afirmou já o Presidente da República talvez seja cedo para que a história possa avaliar Otelo com a distância que potencia lucidez, o seu papel na preparação e realização do “25 de Abril” parecem inquestionáveis.

Sou dos que posteriormente nem sempre concordou com discursos ou procedimentos de Otelo, nada de estranho para quem procura manter sentido crítico e não idealizar figuras.

No entanto, Otelo estará sempre associado ao 25 de Abril de 74 e ao que esse momento histórico representou para muitos de nós. É disso que agora me lembro e será disso que me lembrarei sempre.

E foi muito, independentemente de tudo o que aconteceu nestes 47 anos.

1 comentário:

  1. Apreciei devidamente a objetividade do seu texto. O Tenente-Coronel Saraiva de Carvalho nunca será, de facto, uma figura consensual.
    Convido-o, se quiser perder algum tempo, a acompanhar-me na reflexão que, procurando ser também desapaixonado e imparcial, publiquei em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/07/otelo-o-espinho-que-nem-morte-arrancou.html. Ficarei grato não deixar de comentar.

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