Será porventura uma tarefa sem sucesso, mas enquanto for possível reverter a situação criada pelo AO90, ou, pelo menos, atenuar danos, vale a pena insistir, importa que não nos resignemos. É uma questão de cidadania, de defesa da cultura e da língua portuguesa.
No Público, o professor divulga
um trabalho, o projecto EILOS (Estudo sobre o Impacto na Linguagem Oral e na
Sematologia – A090), que desenvolveu na na última semana de aulas deste ano lectivo,
na Escola Secundária de S. Lourenço, em Portalegre, e que ilustra muito bem a mixórdia
em que o AO90 transformou a língua portuguesa.
É importante recordar que apenas
Portugal, S. Tomé e Príncipe, Brasil e Cabo Verde procederam à ratificação. Em
2018 a Academia Angolana de Letras solicitou ao Governo angolano que o Acordo
Ortográfico de 1990 não seja ratificado e há algum tempo a Comissão de Educação
da Câmara dos Deputados do Parlamento do Brasil aprovou um requerimento de
audiência pública para que seja debatida a revogação do AO ao que parece por
indicação do Presidente Bolsonaro o que será porventura umas raríssimas ideias
positivas vindas da sinistra figura. Não conheço desenvolvimentos relativa a
esta situação.
Como tantas vezes tenho escrito,
desculpem a insistência e não inovar, entendo, evidentemente, que as línguas
são estruturas vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo,
a introdução de palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me
parece sustentação suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como
norma. O argumento da uniformização é disparatado, basta atentar no exemplo do
inglês e do castelhano ou da mixórdia resultante no português escrito e falado
nos diferentes países da comunidade.
Aliás, como se pode ler no texto
do Público, “Os defensores do AO90 fugiram sempre a explicações coerentes, tantas as pontas soltas do desastre a que chamam “acordo”, de que uma das consequências foi a de nunca ter produzido – e jamais poder vir a fazê-lo – uma unificação ortográfica.”
O resultado foi transformar a língua
portuguesa numa confusão impossível de concertar dadas as diferenças entre o português
falado e escrito pelos diferentes países da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa.
Era importante que fossem
revertidos alguns dos maus-tratos dados à língua portuguesa com o AO90. Ainda
estamos a tempo.
Como escrevi acima e muitas vezes
aqui tenho repetido, enquanto for possível reverter insistirei e enquanto o
corrector me permitir e eu conseguir tentarei evitar o “acordês”, birra de
velho, evidentemente.
Este acordo foi um desastre para a língua Portuguesa eu como cidadão Português sinto-me ultrajado. Estamos a ser colonizados pelos (PALOPS) Brasil Angola Moçambique Guine etc etc etc.
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ResponderEliminarNão, não estamos a ser colonizados pelos PALOPS, porque apenas o Brasil e Portugal estão nesta roda do AO90.
ResponderEliminarApenas o Brasil desviou a Língua Portuguesa das suas origens.
Apenas o Brasil não cumpriu os acordos ortográficos que fez com Portugal.
Apenas Portugal e Brasil e São Tomé e Príncipe (Cabo Verde está fora) ratificaram o AO90.
Apenas o Brasil tem a pretensão de colonizar Portugal através da (imposição) grafia da Variante Brasileira, oriunda do Português.
Nada contra o Brasil, mas não podemos deixar-nos colonizar ou substituir a NOSSA grafia, pela grafia brasileira (90%) em vigor desde 1943.