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sexta-feira, 28 de maio de 2021

TAXA DE ABANDONO ESCOLAR PRECOCE REVISTA EM BAIXA

 

O Ministro da Educação divulgou ontem no Parlamento que a taxa de abandono escolar precoce verificada no primeiro trimestre deste ano é de 6,5%. Esta taxa é um indicador relativo à percentagem de jovens com mais de 18 anos que chega ao mercado de trabalho sem completar o ensino secundário e não está a cumprir um programa de formação.

Vamos aguardar pelos dados finais do ano que o INE apurará mês para confirmar a continuidade do abaixamento da taxa de abandono escolar precoce, mas é uma boa notícia, em 2020 a taxa foi de 8,9% o que permitiu cumprir a meta comprometida com a UE, 10% em 2020.

Uma primeira nota para realçar o trabalho de alunos, professores, escolas e famílias.

Quando foram conhecidos os dados de 2020 o ME associou a evolução positiva ao sucesso das escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), ao Programa de Promoção do Sucesso Escolar, ao Apoio Tutorial Específico, à aposta no Ensino Profissional, e Autonomia e Flexibilidade Curricular e, obviamente, à revolução na educação inclusiva.

A segunda nota para relembrar o caderno de encargos que ainda continuamos a ter pela frente, continuar a combater o abandono e a exclusão, quase sempre a primeira etapa da exclusão social, promover a qualificação, um bem de primeira necessidade e combater as desigualdades criando efectivos dispositivos de mobilidade social em que a escola faz a diferença e pode ajudar a contrariar o destino.

Aliás, a recente divulgação dos rankings escolares construídos com base nos dados de escolas e agrupamentos veio evidenciar isso mesmo.

Só assim se promove a construção de projectos de vida viáveis, que proporcionem realização pessoal e base do desenvolvimento das comunidades.

Neste caminho temos duas vias que se complementam e de igual importância, a prevenção do insucesso que leva ao abandono e a recuperação para trajectos de formação e qualificação da população que, entretanto, já abandonou.

Esperemos que a existência de dispositivos de apoio competentes e suficientes às dificuldades de alunos e professores na generalidade das comunidades educativas seja uma opção clara pois é uma ferramenta imprescindível à minimização do insucesso.

No que respeita à recuperação dos jovens que já abandonaram espero que a oferta de trajectos diferenciados de formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades, ou os anunciados no âmbito do ensino superior tenha os meios necessários e se resista à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.

Apesar dos indicadores de progresso é necessário insistir, merecemos e precisamos de mais e melhor sucesso e qualificação e menos abandono e exclusão.

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