O Ministro da Educação divulgou
ontem no Parlamento que a taxa de abandono escolar precoce verificada no
primeiro trimestre deste ano é de 6,5%. Esta taxa é um indicador relativo à
percentagem de jovens com mais de 18 anos que chega ao mercado de trabalho sem
completar o ensino secundário e não está a cumprir um programa de formação.
Vamos aguardar pelos dados finais
do ano que o INE apurará mês para confirmar a continuidade do abaixamento da taxa de abandono
escolar precoce, mas é uma boa notícia, em 2020 a taxa foi de 8,9% o que permitiu cumprir a
meta comprometida com a UE, 10% em 2020.
Uma primeira nota para realçar o
trabalho de alunos, professores, escolas e famílias.
Quando foram conhecidos os dados
de 2020 o ME associou a evolução positiva ao sucesso das escolas TEIP
(Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), ao Programa de Promoção do
Sucesso Escolar, ao Apoio Tutorial Específico, à aposta no Ensino Profissional,
e Autonomia e Flexibilidade Curricular e, obviamente, à revolução na educação
inclusiva.
A segunda nota para relembrar o
caderno de encargos que ainda continuamos a ter pela frente, continuar a
combater o abandono e a exclusão, quase sempre a primeira etapa da exclusão
social, promover a qualificação, um bem de primeira necessidade e combater as
desigualdades criando efectivos dispositivos de mobilidade social em que a
escola faz a diferença e pode ajudar a contrariar o destino.
Aliás, a recente divulgação dos rankings
escolares construídos com base nos dados de escolas e agrupamentos veio evidenciar isso mesmo.
Só assim se promove a construção
de projectos de vida viáveis, que proporcionem realização pessoal e base do
desenvolvimento das comunidades.
Neste caminho temos duas vias que
se complementam e de igual importância, a prevenção do insucesso que leva ao
abandono e a recuperação para trajectos de formação e qualificação da população
que, entretanto, já abandonou.
Esperemos que a existência de
dispositivos de apoio competentes e suficientes às dificuldades de alunos e
professores na generalidade das comunidades educativas seja uma opção clara
pois é uma ferramenta imprescindível à minimização do insucesso.
No que respeita à recuperação dos
jovens que já abandonaram espero que a oferta de trajectos diferenciados de
formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa
Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades, ou os anunciados no âmbito do
ensino superior tenha os meios necessários e se resista à tentação do trabalho
para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.
Apesar dos indicadores de
progresso é necessário insistir, merecemos e precisamos de mais e melhor
sucesso e qualificação e menos abandono e exclusão.
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