AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 3 de maio de 2021

DE "MAIOR E VACINADO" A "SÉNIOR E VACINADO"

 Há muitos anos atrás, quando jovem adulto, era frequentemente recorrer-se à expressão "sou/é maior e vacinado" para afirmar a capacidade de alguém para fazer e decidir ou para ser responsabilizado por algo de menos positivo que tivesse realizado, "é maior e vacinado", ou seja, já não é nenhum miúdo. 

Atrás dos tempos, tempos vêm e hoje achei que devia reciclar a frase dado que passei  à condição de “sou sénior e vacinado”.

Por várias razões estava a querer que tal acontecesse logo que possível e num processo tranquilo, rápido e bem organizado … levei a vacina.

É um processo que já decorre há algum tempo e proliferaram dúvidas e receios envolvidos em discursos algumas vezes mais emocionais que racionais sobre a questão da vacinação e das vacinas. A comunicação de alguns responsáveis nacionais e internacionais e o estranho processo de suspensão temporária de uma das vacinas disponíveis também não ajudou à serenidade.

Não sendo especialista, dificilmente o seria no meio de tantos milhares, sei que as vacinas, como todos os medicamentos, contêm algum tipo de risco que basicamente estará identificado e sei também que estão envolvidos interesses económicos muito significativos.

No entanto, parece-me também claro que a vacinação representa um ganho civilizacional que poupa a morte ou sequelas significativas a muitos milhares de crianças e adultos no mundo inteiro, recordo por exemplo, como o sarampo ou a varíola eram devastadores antes das vacinas. Aliás, quando reparamos nas taxas de mortalidade de algumas doenças verificada em países que não conseguem assegurar campanhas de vacinação generalizadas percebemos isso com clareza.

Assim sendo, é sempre com alguma preocupação que em nome de valores, certamente legítimos, mas que necessitam de ponderação, se possa decidir por comportamentos que manifestamente são causadores de riscos para sai e para a comunidade. Recordo os efeitos dramáticos da decisão de muitos pais que com base num argumentário falsificado decidiram impedir os seus filhos de tomar a vacina contra o sarampo.

Neste contexto, creio que com o avanço do processo de vacinação aos diferentes grupos nos iremos todos sentindo mais seguros e mais protegidos.

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