AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 17 de janeiro de 2021

INFORMAÇÃO, UM BEM DE PRIMEIRA NECESSIDADE

 Nas sociedades actuais a informação oportuna e a transparência no âmbito das políticas públicas, bem como na generalidade das dimensões da vida das comunidades, são necessidades básicas. A sua ausência ou falta de qualidade alimenta a desinformação, a informação falsa, a manipulação que permitem e dão força a discursos populistas, demagógicos e com agendas nem sempre óbvias. justamente por falta de informação.

Serve esta introdução para referir a insistência por parte do ME na não disponibilização de dados relativos ao volume de casos de Covide19 em cada escola ou agrupamento. Esta posição da tutela é, do meu ponto de vista, pouco sustentável ou perceptível, talvez, lá está, por falta de informação minha sobre as razões.

Numa altura em que foi decidido que as escolas se manteriam a funcionar parece-me absolutamente imprescindível que as comunidades, sobretudo as famílias, tivessem informação actualizada sobre o contexto escolar dos seus filhos.

Com a informação disponível seria mais provável assegurar a indispensável confiança e tomar decisões de forma mais racional.

As dúvidas e o desconhecimento geram desconfiança, alimentam o medo e os discursos reactivos de natureza mais emocional e promotores de mal-estar.

Os discursos recorrentes de “as escolas responderam muito bem”, “os riscos estão controlados”, “as regras da DGS são cumpridas”, “as escolas são espaços de baixa disseminação”, etc., produzidos por diferentes responsáveis do ME, da área da saúde, de responsáveis escolares e de associações colidem com muitos discursos, por exemplo, nas redes sociais, referindo a existência de múltiplos casos em múltiplos estabelecimentos escolares.

Com é óbvio, sem informação sustentada, este ruído é tudo menos útil e só serve, como sempre, a demagogia, o populismo.

Por outro lado, a persistência na falta informação que, aliás, já justificou uma decisão judicial no sentido do ME a disponibilizar, leva-me a pensar na razão ou razões desta atitude.

E fico inquieto. Não gosto do que penso e sinto-me desconfortável.

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