Mais uma vez.
A escola, no seu sentido
genérico, não tem responsabilidade directa por décadas de políticas
urbanísticas, sociais, educativas, económicas que produzem exclusão e pobreza.
A escola, no seu sentido
genérico, não tem responsabilidade directa na manutenção de estereótipos,
preconceitos ou representações sociais sobre pessoas ou grupos.
A escola não tem, evidentemente,
qualquer responsabilidade relativamente à situação excepcional causada pela
pandemia.
No entanto, é pela escola que
também passam as consequências deste cenário e as alterações positivas que
desejamos que aconteçam. No caso da pandemia e após o gigantesco esforço
realizado a partir de Março e que sempre importa reconhecer a escola volta a
enfrentar um ano particularmente difícil e exigente.
Ainda assim, não sendo por
milagre, não sendo por acaso, não sendo por mistério, com recursos e visão a
escola, cada escola, pode e deve fazer a diferença e contrariar os riscos e as
dificuldades que aguardam sobretudo as crianças nascidas no lado menos
confortável da vida, mas que também podem envolver qualquer criança de qualquer
família.
Apesar de todas as dificuldades
são possíveis as boas práticas que merecem divulgação e reconhecimento.
Do meu ponto de vista, tantas
vezes aqui afirmado, a questão central será a valorização da escola pública.
Esta valorização deverá assentar em quatro eixos fundamentais, a qualidade
considerando resultados, processos, autonomia e gestão optimizada de recursos,
segundo eixo, qualidade para todos, a melhor forma de combater os mecanismos de
exclusão e a desigualdade de entrada, terceiro eixo, diferenciação de
metodologias, diferenciação progressiva e não prematura dos percursos de
educação e formação para responder à diversidade dos alunos e, quarto eixo, dispositivos de apoio oportunos, suficientes
e competentes às dificuldades de alunos e professores.
Este entendimento, do meu ponto
de vista, não carece de uma cansativa retórica em torna da inovação e, muito
menos, da revolução nas nossas escolas alimentada por uma nuvem de iniciativas
e projectos que muitas vezes não têm grande potencial de mudança e alimentam pequenas
ou grandes agendas.
Vem esta introdução a propósito
de uma notícia divulgada pelo Público sobre como diferentes escolas estão a tentar
responder a situações mais complicadas de alunos e docentes no âmbito da
pandemia.
O objectivo é “simples”, que as
crianças não percam o acesso à escola e que os professores não se afastem dos
alunos, com caminhos e metodologias diferentes, naturalmente, mas assegurando a
essência da escola pública.
Bom trabalho! Se possível, como consta das orientações.
Concordo, os professores não se podem perder na nuvem de projetos. Estamos a reviver a moda do projecto. Mas todo o projecto deve ter coerência e sentido para quem os vivencia, caso contrário poderá não ser nada ou ser uma bandeira de alguém e isso não será muito correto se não percorrer um caminho verdadeiramente colaborativo.
ResponderEliminarConcordo, os professores não se podem perder na nuvem de projetos. Estamos a reviver a moda do projecto. Mas todo o projecto deve ter coerência e sentido para quem os vivencia, caso contrário poderá não ser nada ou ser uma bandeira de alguém e isso não será muito correto se não percorrer um caminho verdadeiramente colaborativo.
ResponderEliminarDe acordo.
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