AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 16 de agosto de 2020

MAIS ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR

 

Está a decorrer a primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior. Considerando igual período do ano passado verifica-se um aumento de cerca de 51% nas candidaturas já realizadas.

No ano que terminou também se verificou uma subida que contrariou o decréscimo do ano anterior e a confirmar-se esta subida no final de todo o processo de candidatura, trata-se, de facto, de um dado muito positivo.

O aumento de número de estudantes que se candidatam ao ensino superior que se tem vindo a verificar dever-se-á segundo alguns especialistas a maior sucesso no ensino secundário e na diversificação das trajectórias de formação com acesso ao ensino superior, a melhoria na condição económica de algumas famílias e ao aumento de confiança e valorização da formação superior.

Espero que estas razões continuem a sustentar a busca de formação de nível superior.

É importante recordar que, contrariamente ao muitas vezes se entende, as famílias portuguesas enfrentam um dos mais caros sistemas de ensino superior da UE e da OCDE.

Por outro lado, de há uns anos para cá tem vindo a instalar-se a perigosa e falsa ideia de que "somos um país de doutores" e de que não compensa estudar. É fundamental insistir que não temos licenciados ou qualificação a mais, temos desenvolvimento a menos e daí alguma dificuldade na absorção de mão-de-obra qualificada. Importa também repensar a rede e a oferta, corrigindo assimetrias e ajustando a oferta não só em função da empregabilidade mas não esquecendo o papel do ensino superior e da investigação na promoção do desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento.

Na verdade, apesar da recuperação ao nível do abandono, temos uma das mais baixas taxas de pessoas com formação superior entre os países da OCDE. Aliás, talvez não consigamos cumprir o objectivo de formação superior estabelecido na UE para 2020.

Neste quadro, saber que está a aumentar o número de estudantes, incluindo jovens com situações de maior vulnerabilidade, que pretende frequentar o ensino superior é mesmo uma boa notícia.

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