AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 7 de abril de 2020

QUE TERCEIRO PERÍODO?


Que situação mais estranha. Em cerca de sessenta anos que levo de ligação à educação e à escola, entrei na primária aos seis anos, nunca me recordo de nesta altura, férias da Páscoa ou interrupção lectiva conforme a perspectiva, se colocar esta questão. As escolas abrirão no 3.º período? Só para os alunos do 12.º? Só para os alunos do secundário?
Amanhã saberemos, talvez até seja mesmo o Ministro da Educação a comunicar a decisão.
Não faço parte dos inúmeros especialistas em pandemias apenas desejo que a decisão seja defensora da saúde de todos os envolvidos num eventual regresso à escola e estou convicto de que assim será.
No entanto, tanto ou mais do que decidir abrir ou não abrir, a quase certa continuidade do ensino à distância para o ensino básico, apoiado agora pela recuperação da velha Telescola em moldes ainda por conhecer, leva-me a continuar a insistir na necessidade de orientação consistente sobre a avaliação, interna e externa e com que dispositivos. Mesmo no caso do secundário, abra total ou parcialmente, a questão coloca-se.
No mesmo sentido e porque são matérias ligadas, que orientações para escolas e professores em matéria de currículo. Cumprimento integral da forma possível, valorização da consolidação de aprendizagens, diferenciar esta gestão por anos de escolaridade, tendo em particular atenção os anos finais de cada ciclo, talvez sejam questões que solicitem um discurso claro por parte do ME.
Para além dos riscos de exclusão por dificuldades no acesso a recursos digitais e à net, também me parece necessário alguma orientação relativa às questões que envolvem alunos com necessidades especiais, sobretudo os com necessidades mais diferenciadas cujas famílias sentem dificuldades acrescidas, algumas bem pesadas.
Insisto em afirmar que dada a excepcionalidade do tempo as respostas eficazes e prontas são difíceis apesar da quantidade especialistas que surgiram. No entanto e justamente por isto, ainda mais necessário se torna a definição de um rumo, a clareza da informação, a tentativa de tanto quanto possível ser mais proactivo e menos reactivo.
Esperemos.

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