AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

EM DIA DE S. VALENTIM

Peço desculpa mas ainda uma outra reflexão neste dia de S. Valentim, o Dia dos Namorados.
As relações de namoro integram-se naturalmente num universo que de forma simples podemos referir como sexualidade e constituem um padrão de comportamento que apesar de sujeito a diferenças culturais ou de outra natureza é … de toda a gente.
No entanto, existe um grupo de pessoas para as quais a questão do namoro e da sexualidade nem sempre é devidamente valorizada e considerada pela comunidade alargada, as pessoas com deficiência.
Trata-se de uma questão muito importante, respeitante a direitos, qualidade de vida e felicidade.
É fundamental o conhecimento e a reflexão sobre estas matérias apesar da sua enorme complexidade, que, aliás, as pessoas mais próximas dos problemas, pais, técnicos e as próprias pessoas, reconhecem.
É certo que para muitos de nós os problemas que afectam as minorias são … problemas minoritários pelo que não nos afectam. No entanto, como tantas vezes afirmo, os níveis de desenvolvimento de uma sociedade também se aferem pela forma como lida com os problemas de grupos sociais minoritários.
Assim, a reflexão e conhecimento mais alargado sobre estas questões são desde logo um contributo para combater um enorme equívoco instalado, sexualidade na deficiência não é a mesma coisa que deficiência na sexualidade.
A experiência e alguns estudos dizem-me que este equívoco está também presente em discursos e atitudes de famílias e técnicos para além da comunidade em geral.
É uma questão complexa, no caso das pessoas com deficiência cognitiva mais severa pode colocar-se a questão da autodeterminação e do risco de abuso, por exemplo, sendo muito contaminada pelos valores dos indivíduos, dos técnicos e das famílias incluindo, naturalmente, as das pessoas com deficiência, quer relativos à sexualidade, quer relativos à vida e direitos das pessoas com deficiência. Aliás, com demasiada frequência parece esquecer-se que muitos dos problemas que as pessoas com deficiência e as suas famílias sentem, não são matérias de opção, são matéria de direitos.
Acresce ainda que em muitas circunstâncias é uma matéria da qual "se foge" pois subsistem as dúvidas sobre o que pensar, como agir ou atitudes a adoptar
Fica esta nota para que não nos esqueçamos.

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