AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 3 de julho de 2018

MENOS CHUMBOS


A Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência divulgou as “Estatísticas da Educação 2016/2017".
Continua a verificar-se um decréscimo da retenção e abandono em todos os anos do percurso escolar à excepção do 11º.
As taxas de retenção são as mais baixas dos últimos 17 anos, 5.5% no ensino básico (1º, 2º e 3º ciclo) e 15.1% no secundário (10º, 11º e 12.º ano).
Como tem sido verificado nos últimos anos o 7º é o ano do básico com resultados mais baixos, 11.4%, e o 12º é o ano do secundário também com resultados mais baixos, uma significativa taxa de 26.2%).
Antes de se desencadearem os testes de paternidade relativamente à responsabilidade pela subida importa considerar que neste âmbito a única ilação possível é que o trabalho de alunos e professores foi melhor sucedido. Considerando o que se passa em todos os anos de escolaridade também creio que esta subida não estará contaminada por algum "adubo" que o faça crescer de forma mais artificial, por assim dizer.
É ainda de realçar que apesar de ter melhorado o 2º ano ainda apresenta uma taxa elevada. 7.2%, estamos a falar do “lançamento” de trajectos escolares bem-sucedidos.
Esta situação merece reflexão e intervenção mais particulares a que não sei se o que decorre das provas de aferição dará resposta, esperemos que sim.
Estou a olhar para o copo meio cheio assinalando a subida. No entanto, importa não esquecer que globalmente as taxas de retenção anda são elevadas, que a retenção só por existir não melhora resultados e que a retenção continua a evidenciar uma marca de “classe”, atinge mais os alunos com textos familiares menos favorecidos. A tradição ainda é o que era.
Os dados mostram, pois, que o caminho está a ser feito mas que muito ainda está por fazer. Assim, as políticas educativas caminhem no sentido desejado, apoios atempados e competentes a dificuldades de alunos e docentes, recursos adequados, diferenciação de práticas e formas de organização e funcionamento sustentadas na autonomia de escolas e de professores, desburocratização, etc.
O futuro exige-o.


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