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terça-feira, 15 de maio de 2018

DO ENSINO SUPERIOR, DESLOCALIZAR OS ESTUDANTES


Confirma-se a intenção anunciada pelo Governo, as vagas nas instituições de ensino superior de Lisboa e Porto vão diminuir 5% com o objectivo de manter os estudantes nos estabelecimentos de regiões mais periféricas. A restante rede de ensino superior pode aumentar também em 5% a oferta privilegiando as áreas das ciências da vida, física, matemática, informática e engenharias.
Não vejo como este objectivo possa ser cumprido através desta medida. Os modelos de desenvolvimento das últimas décadas desertificaram o interior praticando políticas públicas sectoriais que centralizaram o país. Os estudantes ficam nas regiões onde finalizam o secundário se tiverem boas instituições de ensino superior e, sobretudo, a possibilidade de aí construírem projectos de vida pessoais, profissionais e familiares com qualidade. Isso obriga a alterar modelos de desenvolvimento e a desenvolver outras políticas.
Não passa por acreditar ingenuamente que se um estudante não “couber” numa universidade ou politécnico em Lisboa ou Porto ele vai voltar para o seu distrito e a fazer aí a sua formação para depois … sair à procura de futuro. Não, muito provavelmente vai candidatar-se a outra instituição pública ou privada para fazer a sua formação no  contexto em que pensa que estará o seu futuro.

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