AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

IMAGINE

A imprensa de ontem e hoje faz ampla referência ao Relatório “PROVAS FINAIS E EXAMES NACIONAIS - PRINCIPAIS INDICADORES - Ensino Básico e Secundário – 2017” produzido pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e pelo Júri nacional de Exames.
Os dados são extensos, parece importante considerar alguns indicadores globais mas mais útil será a análise e o trabalho a desenvolver pelas escolas.
Dos dados e em síntese releva o aumento que se saúda da percentagem de alunos que no 3º ciclo e ensino secundário cumprem trajectos sem retenção durante o ciclo e avaliações positivas nas provas finais e exames nacionais embora globalmente ainda não sejam a maioria. Estes resultados são consistentes com a melhoria que tem vindo a verificar-se também nos estudos internacionais, designadamente no PISA.
Mantém-se a fortíssima associação entre as condições sociodemográficas dos alunos e o seu desempenho escolar, as assimetrias de natureza regional apesar do bom desempenho de algumas escolas em distritos com resultados globais mais baixos e acentua-se a discrepância habitual de resultados entre rapazes e raparigas.
A reflexão sobre estes indicadores pode direccionar-se numa perspectiva de olhar para o “copo meio cheio” e sublinhar, justamente, o trabalho desenvolvido por alunos e professores que permitiram a subida ou olhar para o “copo meio vazio” e identificar o que ainda temos de caminhar.
Muitas vezes tenho falado por aqui sobre estas questões e para não me repetir, coisa que como se sabe é característica dos velhos, proponho uma outra ideia.
Pondo o “instrumental” que está em baixo como fundo sonoro imaginemos.
Imaginemos como seria se tivéssemos estabilidade e coerência nas políticas educativas.
Imaginemos como seria se tivéssemos um sistema descentralizado com real autonomia das escolas e sem a carga burocrática que pressiona as escolas e os professores.
Imaginemos como seria se fosse possível retirar a educação da baixa política da partidocracia do Portugal dos Pequeninos.
Imaginemos como se seria se existissem apoios competentes, adequados e suficientes mobilizados em tempo oportuno face a dificuldades de alunos, de todos os alunos, e professores.
Imaginemos como seria se as mudanças quando necessárias, e são necessárias num sistema como o da educação seriam pensadas, discutidas e participadas, com calendários de operacionalização adequados e com avaliação obrigatória.
Imaginemos como seria se, tal como os alunos confiam nos professores, assim as sucessivas equipas ministeriais valorizassem o seu trabalho nas diferentes dimensões em que tal deve acontecer.
Imaginemos como seria se tanta coisa que é feita ao lado da escola fosse feita com a escola.
Imaginemos …
Até aos próximos resultados a serem divulgados.

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