AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 31 de outubro de 2017

A PROCISSÃO ÀS ARRECUAS

Em comunicado ontem divulgado pelo Patriarcado de Lisboa, o cardeal-patriarca D. Manuel Clemente, exortou a que se realizasse uma oração pela chuva com o objectivo de minimizar a “prolongada seca que muito afecta o ambiente e as culturas”. A falta de chuva também pode ter acentuado o impacto dos incêndios “extremamente gravosos” deste ano, segundo se lê num comunicado divulgado no site do Patriarcado de Lisboa.
Este tipo de iniciativas não é raro nem novo. Em Março de 2012, o então Bispo de Beja, D. António Vitalino lamentava a aparente falta de orações dos crentes para pedir chuva a Deus para combater o período de seca. Acrescentou que “a maioria” da população só acredita “na providência de Bruxelas”.
Aliás, lá para os lados do meu Alentejo existe a tradição de em anos de seca pedir à Senhora D'Aires os seus bons ofícios para que os céus enviem a água do sustento.
Lembro-me até de que há uns anos, depois de um período prolongado de seca que levou à organização de uma procissão à Senhora d'Aires, a chuva ter aparecido em quantidade. O Mestre Marrafa, homem de fé, dizia-me com os olhos pequenos a brilhar, "ainda temos que ir fazer a procissão às arrecuas para parar a água".
A meteorologia anuncia água a partir de amanhã, oxalá assim seja.
Os campos e as pessoas vão tristes de secura.
A chuva virá, ainda iremos precisar da procissão às arrecuas.

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