Inicia-se hoje e estende-se por
algum tempo o período de realização das provas de aferição
Quem acompanha este espaço e o
que vou dizendo e escrevendo por aí sabe que me pareceu positiva a não
realização de exames finais com peso na nota sobretudo para os alunos do 1º
ciclo. Apenas reafirmar pela enésima vez que o problema do exame no 1º ciclo e a sua bondade não tem rigorosamente a ver com ansiedade ou stresse eventualmente causado nas crianças, argumento sem qualquer sentido. Os alunos lidam muito bem com situações de avaliação, os discursos e comportamentos dos adultos é que poderão ser geradores de inquietação.
Saberá também que a
realização das provas de aferição podem cumprir um papel essencial de regulação do
próximo sistema educativo pelo que saudei o seu regresso.
Saberá que também me pareceu
positivo que a avaliação externa envolvesse as áreas das Expressões Físico-motora
e Artísticas e a inttegração de saberes por razões que não vou retomar agora.
Saberá ainda que continuo pouco
convencido das vantagens da sua realização a meio do ciclo. Se o objectivo
definido é a detecção de dificuldades e correcção de trajectórias trata-se de
“avaliação diagnóstica” e não de “aferir” saberes ou competências o que deveria
ser realizado no final de um ciclo de aprendizagens.
Saberá finalmente que com muita
regularidade defendo que os processos de mudança devem ser cautelosos, com
calendários e metodologias oportunos e adequados, com a participação o mais
alargada possível dos diferentes actores e com antecipação das implicações e
necessidades criadas pelo próprio processo de mudança.
O processo de reintrodução das
provas de aferição tem conhecido algumas vicissitudes que do meu ponto de vista
não deveriam ter acontecido. Corre-se assim o risco de transformar algo de
positivo num problema.
Eu sei que não é fácil prever
tudo mas existem situações em que as falhas devem ser mínimas. No entanto, os
sobressaltos e hesitações podem criar um efeito e uma representação negativa
sobre a mudança, alimentam as opiniões críticas face a essa mudança,
designadamente entre os órfãos da examocracia, colocam dificuldades
dispensáveis aos alunos e escolas e finalmente, comprometem-se os próprios
resultados fragilizando o entendimento sobre as provas de aferição.
Depressa e bem não há quem
costuma dizer o povo mas a verdade é que não basta fazer as coisas certas, é
preciso fazer certas as coisas.
Ainda assim e finalizado o
processo espero que que o sistema educativo, ME, escolas, direcções e professores
possam usar da forma mais útil possível os resultados atingidos e desejo,
naturalmente, que mostrem o bom trabalho de alunos e professores.
Não acredito na "bondade" destes senhores. Acredito piamente que alguém se vai governar num festival de formações (sempre em cima dos mesmos) e transformações, aguardemos.
ResponderEliminarVamos ver. Não começou particularmente bem.
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