Era uma vez um Homem que queria ser bom, não que não fosse um bom homem, mas queria ser capaz de fazer qualquer coisa muito bem. Começou este empreendimento desde pequeno. Tentou ser um bom aluno, esforçava-se mas não passou de um aluno mediano, era amigo dos outros e de os ajudar.
Em adolescente continuou com resultados escolares positivos mas baixos e continuava incapaz de ter algum desempenho que o distinguisse dos demais, ainda que tivesse amigos e sempre com disponibilidade para eles e para alguma necessidade.
Não tinha particular jeito para o desporto, embora gostasse de praticar e também não revelava especiais dotes para, por exemplo, a música. Gostava e até tentou aprender a tocar um instrumento mas desistiu por manifesta dificuldade em progredir.
Encontrou uma profissão onde, para não variar, tinha um desempenho que ele não achava mais do que razoável, assim como razoável era a sua satisfação com a família que juntou. As pessoas que o conheciam gostavam do seu jeito de estar disponível e atento a eventuais necessidades.
O Homem envelheceu e continua na busca de algo que ele entenda fazer muito bem, toma conta dos netos embora esteja convencido que não tem para eles a paciência e a competência que acha que deve ter.
O Homem não sabe, mas os netos já me disseram que ele conta as histórias mais bonitas do mundo.
José,
ResponderEliminarGostámos tanto deste seu texto que gostaríamos de ler numa das nossas rubricas "Palavras de Bolso", da Antena 2. Ficaríamos muito contentes se nos desse a sua permissão.
Muito obrigada.
Paula Pina e Ana Isabel Gonçalves
sohistorias12@gmail.com