Da audição de ontem na AR da
equipa do ME, para além da continuação da cacofonia em torno dos testes de
paternidade dos resultados do TIMSS e PISA, relevam algumas notas que julgo de
registar.
Em primeiro lugar uma referência
à posição favorável do ME ao reforço do papel dos Conselhos Pedagógicos de
escolas e agrupamentos. A afirmação surge associada a um recente manifesto que
defendia fundamentalmente o repensar das direcções unipessoais das escolas e
agrupamentos no sentido de retomar modelos de direcção colegial.
Numa nota e como disse na altura,
tanto quanto o modelo importa repensar a forma de participação e eleição,
promovendo a participação alargada da comunidade na eleição das direcções não
restringindo o processo aos Conselhos Gerais. Parece-me importante o reforço do
papel dos Conselhos Pedagógicos, desejavelmente associado a um incremento sério
e real da autonomia de escolas e agrupamentos.
Merece também referência positiva
a intenção de promover maior equidade entre o ensino profissional e a via “regular”,
valorizando-o e procurando minimizar até ao limite a ideia ainda razoavelmente
instalada de que é uma percurso de segunda destinado aos que têm “menos jeito”
ou motivação para a escola.
Uma nota ainda para a reafirmação
da intenção de baixar o número de alunos por turma embora ainda não seja conhecido
o estudo que definirá a forma de operacionalizar este abaixamento e os
critérios a que obedecerá.
A ver vamos como tudo isto se traduz.
Reforçar (o que isso possa ser) os CPs, significa que algo terá de acontecer: o diretor não é o presidente desse orgão.
ResponderEliminarCaso contrário, fica mais ou menos tudo na mesma.
Além do mais, os coordenadores devem ser escolhidos pelos seus pares e não indicados pelo diretor.
Nomeados pelo diretor os coordenadores e ficando o diretor como presidente, é mudar o quê?
Os CPs são, regra geral constituídos por "yes" men que conseguem, em muitos casos, serem mais burocráticos que que o presidente/diretor. É ver quem leva as propostas mais mirabolantes....mas o que interessa é ser-se "pro-activo" e não fazer muitas ondas, ou como dizem os ingleses, "don't rock the boat" que ainda és posto na prateleira.
Certo, por isso falo na necessidade de repensar o modelo de eleição da direcção (não ser através dos Conselhos Gerais) e da participação da comunidade na "gestão" de escolas e agrupamentos num quadro de maior e real autonomia como escrevi.
ResponderEliminarCerto.
ResponderEliminarDe acordo.
Era só para reforçar a ideia, que isto já são muitos anos a virar frangos ou a ver virar frangos.E a gente fica desconfiada. Que é a situação actual dos professores: desconfiança que traz apatia e indiferença e, por último, desmotivação.
Quem ousa ainda apontar que "o rei vai nu", sofre, de algum modo, consequências.
Desculpe esta linguagem mais popular, mas de momento não encontro melhor.
Como já dizia o Ulrich:" Aguenta!"
Mas o Ulrich aguenta ... a malta ... talvez não. Como escrevi quando apareceu o Manifesto que que falava da gestão, afirmo muitas vezes que a mudança para direcções unipessoais em simultâneo com a política de mega-agrupamentos e encerramento de escolas sem que em algumas circunstãncias se justificasse resultou da tentação de mais facilmente ter o controlo político do sistema, menos directores, tentação a que nenhum Governo resiste. Por isso também a resistência à autonomia e a escapatória para a municipalização mantendo a administração, agora local, o contolo sobre aspectos importantes da vida das escolas e agrupamentos. Vamos ver o que acontece. Bom Natal
ResponderEliminarSubscrevo tudo o que escreveu.
ResponderEliminarBom descanso.