Foi divulgado o RELATÓRIO ANUAL – 2015 SOBRE A PRÁTICA DE ATOS DISCRIMINATÓRIOS EM RAZÃO DE DEFICIÊNCIA E DO RISCO AGRAVADO DE SAÚDE elaborado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação.
Verificou-se um aumento
significativo do número de queixas apresentadas por alegadas práticas ou
comportamentos de discriminação dirigidos a pessoas com deficiência. Se em 2014
tinham sido apresentadas 353 situações em 2015 verificaram-se 502, um acréscimo
de 42% com a distribuição em baixo citado no Público.
No entanto, apenas foram
instaurados “quatro processos contra-ordenacionais”
É certo que as queixas conhecidas sobre eventual discriminação, tal como noutras áreas, são sempre uma parte pequena do que na verdade acontece e também
não é claro se estamos em presença de um aumento de casos de discriminação, se de mais queixas apresentadas ou de ambas as hipóteses como me parece mais provável.
De qualquer forma, a diferença
enorme entre casos reportados e processos de contra-ordenação desencadeados é elucidativa
de como todo este dispositivo deve ser melhorado.
De facto, como muitas vezes
refiro, a voz das minorias é sempre muito baixa, ouve-se mal, existem
variadíssimas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência,
designadamente educação, saúde, apoio social, qualificação profissional e
emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes.
Importa também sublinhar que os
direitos fundamentais não são variáveis em função de contextos ou hipotecados
às oscilações de conjuntura.
Muito já se conseguiu, muito já
se mudou.
Está ainda quase tudo para fazer.
Artigo muito interessante, sobre uma realidade que "quase" todos ignoramos, ou pretendemos ignorar.
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