AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 29 de julho de 2016

VIDAS TROIKADAS POR ENGANO, DESCULPEM QUALQUER COISINHA

Um Relatório da avaliação de um Gabinete Independente às políticas da Troika vem admitir que  os Programas da Troika não tiveram o efeito desejado e assumiram consequências graves e não previstas
Reconhece que teria sido melhor incluir uma reestruturação da dívida pública. Nada novo, em vários momentos o FMI já tem afirmado que as políticas seguidas não funcionaram, falharam previsões e falharam efeitos.
Recordo que a reestruturação da dívida pública, defendida em Portugal por vários sectores, sempre foi recusada pela Troika e ainda hoje é recusada pelos pelo PSD e CDS-PP que como excelentes alunos que foram do diktat da Troika mantêm a insensível e insensata persistência num caminho que produziu empobrecimento para milhões de famílias e falências a muitos milhares de pequenas empresas o suporte do tecido económico e do mercado de trabalho português.
O programa ERRADO que a Troika nos impôs produziu perto de três milhões de portugueses em risco de pobreza e exclusão, perto de um milhão de desempregados, cortes brutais nos rendimentos das famílias e nos apoios sociais com consequências catastróficas nas condições de vida e na dignidade de muitas milhares de pessoas e esta gente afirma, tranquilamente, afinal “a coisa não correu como estávamos à espera”.
Não é possível ouvir estes abutres sem sentir um profundo embaraço. Usam modelos que reconhecem errados, produzem previsões que reconhecem erradas, arrasam a vida de milhões, e serenamente informam, “tenham paciência”, “não correu bem”.
E não acontece nada?
Nós sabemos quem pagou e está a pagar um preço altíssimo e devastador pelo "engano". E os(ir) responsáveis?
Na verdade, parece cada vez mais claro que a ideia do TINA “- There Is No Alternative era uma mentira mil vezes repetida para se tornar verdade.
As políticas duras de austeridade que esqueceram pessoas, famílias e pequenas empresas, promoveram desigualdade, pobreza e exclusão foram uma escolha política, não eram um caminho único.
Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, afirmou há meses na Gulbenkian isso mesmo, o resultado destas opções por políticas de austeridade foram a desigualdade e a pobreza.
Afinal … havia outra.
Havia e há outra política possível. Talvez ainda estejamos a tempo.

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