AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 7 de julho de 2016

AOS SENHORES DONOS DA UE

Senhores Donos da União(?!) Europeia,
Por favor não castiguem a gente, os portugueses. A gente tem-se comportado bem.
Muitos de nós, a maioria, estamos mais pobres. Alguns estão mais ricos mas os Senhores sabem como é, há sempre gente que não acata o bem que lhes queremos fazer e gosta de contrariar, mas são poucos acreditem.
Também já não vivemos acima das nossas possibilidades, agora muitos de nós vivem abaixo das suas necessidades. Somos gente que se sacrifica e gosta de sentir os seus sacrifícios apoiados pelos nossos amigos, os alemães e outros benfeitores que desinteressadamente nos têm ajudado.
Também largámos muitos dos nossos empregos e fechámos muitas empresas para que também fique mais mercado para os nossos amigos.
Como sabem Senhores Donos da EU, nós tínhamos uns chefes, melhor dizendo uns feitores, que eram gente muito bem formada e obediente a tudo o que os Senhores diziam, ouvindo sempre com particular atenção o grande benemérito Wolfgang Schäuble e esforçando-se sempre para cumprir as suas ordens. Coitados fizeram tudo para vos agradar.
Mas como sabem, a vida traz-nos surpresas e agora temos outras pessoas que são um bocado diferentes. Os Senhores com toda a vossa competência e experiência sabem como são aquelas pessoas que gostam de contrariar os chefes mas também sabem que não podem contrariar assim muito porque, no fundo, chefe é chefe.
Estas pessoas de agora também são boa gente e farão os possíveis para que os Senhores não se zanguem mas vão esticando um bocadinho as coisas para não serem parecidos com os outros e muitos de nós ficamos mais contentes por serem assim um bocado diferentes.
Por isso Senhores Donos da UE, não nos castiguem, não nos dêem sanções, sejam generosos como têm sido, nós seremos sempre reconhecidos.
Muito obrigado pela vossa compreensão e generosidade.

Mais a sério. Como já escrevi, parece-me claro que esta narrativa das sanções será gerida pelos falcões da UE de forma a responsabilizar de forma mais ou menos clara a "geringonça", independentemente das responsabilidades reais do actual Governo ou do Governo de Passos Coelho. Recordemos a situação grega e o seu trajecto.
A UE não pode aceitar que um governo à esquerda funcione, é um mau exemplo. Já lhes chega o Brexit.

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