Os que acompanham com alguma
regularidade o que aqui vai passando conhecem as sucessivas referências e o relevo que
dedico à inclusão, em particular no universo da educação.
Com regularidade abordo questões, episódios reais, legislação, decisões em matéria de política
educativa, etc. que comprometem os níveis de inclusão das nossas escolas e
agrupamentos.
Hoje comecei a pensar se de facto
assim é. Talvez eu tenha um olhar enviesado sobre as escolas e estas tenham
mesmo uma dimensão inclusiva que me tem escapado.
Vejamos.
No universo da escola coexistem
práticas de excelência com práticas que que deveriam incomodar, desde logo quem
as realiza, mas também, naturalmente, os outros actores da intervenção educativa.
Coexistem professores com competência, empenho, sentido ético e deontológico verdadeiramente inspiradores
com professores que são o seu oposto.
Coexistem direcções competentes,
com sentido democrático, que promovem a participação e a justiça com direcções incompetentes, prepotentes, autoritárias e injustas.
Coexistem técnicos e funcionários
competentes, empenhados e profissionais com … vocês sabem, creio.
Coexistem climas escolares e de
sala de aula marcados pela cooperação, pela comunicação, pela solidariedade,
com climas marcados por competição, isolamento, falta de apoio, etc.
Coexistem pais e encarregados de
educação preocupados, atentos, competentes, envolvidos com os filhos e com a
escola, com pais negligentes, ausentes, que depositam os filhos na escola e
delegam (exigem) nesta competências que são suas.
Como tudo isto se verifica sem
qualquer aparente sobressalto podemos assumir que a nossa cultura nesta matéria
é mesmo inclusiva, assumimos a diversidade.
Eu estava mesmo enganado, as escolas são inclusivas.
Quanto aos alunos?
Bom. Quanto aos alunos é uma outra conversa.
PS – Não sei se foi o Sol quente que apanhei com o capacete colocado na viagem de mota que influenciou este texto ou se estou a começar a “silly season”. Desculpem.
PS – Não sei se foi o Sol quente que apanhei com o capacete colocado na viagem de mota que influenciou este texto ou se estou a começar a “silly season”. Desculpem.
"Com regularidade abordo questões, episódios reais, legislação, decisões em matéria de política educativa, etc. que comprometem os níveis de inclusão das nossas escolas e agrupamentos", e ainda bem, dizemos nós ! Porque havendo muito bom trabalho ... ainda há tanto para fazer!
ResponderEliminarSabe que alguns meninos com multideficiência foram de férias no dia 4 de junho e só voltam à escola lá para o meio de setembro (isto é, se este ano houver sorte na colocação dos professores de educação especial, e dos fisioterapeutas, e dos terapeutas da fala...)?
Obrigada :)