Lê-se no Público que na IV Convenção
Nacional da Federação Nacional da Educação, CONFAP e Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas estará em discussão, entre ouros assuntos, a organização dos ciclos de
ensino num cenário de doze anos de escolaridade obrigatória.
Dias da Silva, da FNE, adianta que
a proposta de reorganização se direcciona para um modelo de dois ciclos com seis
anos cada.
O ajustamento na organização dos
ciclos está na agenda, consta do programa do Governo e é uma matéria recorrentemente
discutida incluindo pelo CNE.
Também subscrevo a necessidade de
mudanças mas, contrariamente ao que é habitual por cá, seria
desejável que mudança fosse adequadamente construída através do envolvimento
dos diversos agentes, com um calendário e monitorização adequados e com os recursos
necessários e que são de diferente natureza.
De uma forma muito breve entendo
que uma alteração nos ciclos de ensino deve considerar alguns aspectos.
Em primeiro lugar não realizar-se
sem ajustamento na organização curricular, designadamente no que respeita a conteúdos
e número de disciplinas.
Deve ser acompanhada de uma real
autonomia das escolas.
Deve contemplar a existência de
diferenciação de trajectos educativos que não sejam definidos e considerados
como de “primeira” e de “segunda”. É fundamental que todos os alunos adquiram
qualificação, quer seja para prosseguir estudos no superior, universitário ou
politécnico, quer seja para entrar no mundo de trabalho ou em programas de formação
profissional mais curtos. Só assim poderão, todos, construir um projecto de
vida viável e positivo.
Neste sentido e olhando para o
que se passa noutras realidades e nos pode ajudar a pensar, creio que opção
ajustada seria a existência de um primeiro ciclo de seis anos assente nas
ferramentas de construção do conhecimento e desenvolvimento pessoal, um segundo
ciclo de três anos já com algumas disciplinas opcionais que acomodassem
motivações e escolhas dos alunos e um terceiro ciclo, o ensino secundário aqui
já com vias diferenciadas incluindo formação profissional.
Dois ciclos de seis anos não me
parece a melhor opção no sentido de prever trajectos diferenciados.
Aguardemos para verificar o
caminho que se irá seguir.
Completamente de acordo! A pressa nunca foi boa conselheira. As mudanças devem ser pensadas, repensadas monitorizadas e avaliadas. devem também ter em conta a realidade que é o nosso país.
ResponderEliminarVamos ver o caminho que será seguido.
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