AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 20 de março de 2016

NOTA BIOGRÁFICA

No Observador encontra-se um trabalho elucidativo do mudo pouco conhecido do emprego nos “call centers”. As condições de trabalho e a indignidade no tratamento das pessoas que vão sendo conhecidas serão um exemplo bem claro do que alguns entendem como “flexibilização” das relações de trabalho, “competitividade” e “produtividade”. Mostram o quanto para alguma gente as pessoas são activos descartáveis
Confesso que o que o que se vai conhecendo do mundo do trabalho nos “call centers”o conhecimento deste mundo me tem levado a ter uma atitude diferente, mais paciente e tranquila com quem me aparece do outro lado da linha em múltiplas circunstâncias. Algumas vezes invento uma paciência e tolerância que não me apetecem.
A este propósito um texto antigo.
Nome: Um Número
Idade: 32
Habilitações Académicas: Licenciatura em Gestão Integrada de Contextos Profissionais; Pós-graduação em Promoção de Oportunidades
Morada: Casa dos pais
Profissão: Procurador de emprego
Experiência profissional: Funcionário de Call-center em variados contextos de operação; Experiência de Empregado de Balcão em grandes superfícies comerciais
Competências adquiridas: Elaboração diversificada de currículos; Ocupação criativa dos  tempos de espera em filas do Centro de Emprego; Preparação de entrevistas de emprego; Técnicas de sobrevivência e adaptação a contextos profissionais de exploração e sem dignidade; técnicas de sobrevivência económica
Projecto a curto prazo: Encontrar alguma forma de subsistência que não a generosidade familiar
Projecto a médio prazo: Um trabalho na área de qualificação
Projecto a longo prazo: A dignidade de uma vida decente
Projecto quase perdido: Esperança

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