O Público comemora hoje 26 anos e
apresenta uma edição dirigida por Nelson Évora sobre o tema da confiança que é,
aliás, abordado de diferentes perspectivas e em diferentes áreas, incluindo a
da educação.
Influenciado por esta ideia
decidi-me por umas notas soltas, sem hierarquia de importância, em torno desta
questão, a confiança, mas mantendo-me dento do universo da educação.
Era desejável que o Ministério da
Educação assumisse definitivamente confiança nos professores e nas escolas e
traduzisse essa confiança na definição de um quadro de autonomia real para o trabalho nas escolas.
Parece-me também importante que
se construísse finalmente de forma participada e competente um verdadeiro
sistema de avaliação dos docentes que reforçasse a confiança imprescindível no
seu trabalho.
É imprescindível que confiemos na
educação e ensino público. Por isso devem ser objecto de investimento e
valorização.
Até à existência de evidências
que o desmintam é fundamental que a escola confie nos pais e que os pais
confiem na escola.
Agora alguns aspectos de natureza
mais personalizada em que a confiança desempenha também um papel decisivo.
É importante que tenhamos
confiança e a expressemos nas capacidades, competências e qualidades dos nossos
filhos. Eles sentem essa confiança e é um factor positivo para o seu
funcionamento.
Da mesma forma é fundamental, a
experiência e muitos estudos sustentam este entendimento, que os professores
confiem e expressem essa confiança nas capacidades dos alunos para serem bem-sucedidos.
Muitos alunos têm trajectos de insucesso ou dificuldade por questões desta
natureza.
No mesmo sentido, é fundamental que
a comunidade, pais, professores, técnicos e colegas confiem nas capacidades e
competências que todos os alunos com necessidades educativas especiais também possuem e que as expressem e traduzam no trabalho desenvolvido. Só desta forma se podem promover
verdadeiros ambientes educativos que suportem a inclusão, ou seja, que todos
alunos se sintam reconhecidos, que estejam nos mesmos contextos que todos os
outros, que participem nas actividades comuns e que se sintam e sejam percebidos
como pertencentes à sua comunidade educativa. Evitaríamos situações insustentáveis como guetização espacial ou curricular, actividades debilizadoras e inadequadas, crescer sem progredir, etc., etc.
É claro que várias outras reflexões
se poderiam acrescentar mas fiquemos por aqui.
De facto, como sabemos, das
relações pessoais, passando pelas relações profissionais até às relações com as
instituições a confiança é algo de imprescindível.
Precisamos mesmo de sentir mais
confiança.
PS - Os 26 anos do Público coincidem, dia a dia, com os meus 26 anos de leitor. Parabéns Público.
Um desafio bem interessante, este que fazes. Penso sempre que tenho que começar por mim própria e perceber em quem confio ou não confio - e quais as razões que aí me conduziram.
ResponderEliminarAbrs e bom fim de semana.
Pois é Margarida, vivemos tempos de pouca confiança. Um abraço
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